Seleção masculina de judô tem tradição a defender em Tóquio

Brasileiros vêm subindo ao pódio em todas as edições desde 1984.

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Renovada, a seleção masculina de judô tem tradição a defender em Tóquio (Japão). O país tem pelo menos um representante no pódio, entre os homens, desde a edição de 1984, na edição de Los Angeles (Estados Unidos). Com a missão de manter a escrita, a equipe chega aos Jogos renovada, com apenas dois veteranos olímpicos e cinco estreantes. O país disputará medalhas nas sete categorias da modalidade.

“Estar entre os mais velhos não é uma carga assim tão grande. Fico tranquilo. Essa transição é importante. O mundo todo está melhorando no judô, mas tenho certeza que o Brasil ainda é uma das cinco potências mundiais e vamos continuar trazendo medalhas”, afirmou o judoca Rafael Buzacarini, representante da categoria até 100 quilos em Tóquio, à Agência Brasil.

Será a segunda participação olímpica de Buzacarini, de 29 anos. A estreia foi nos Jogos do Rio de Janeiro, há cinco anos, com vitória sobre o uruguaio Pablo Aprahamian e derrota na rodada seguinte, para o japonês Ryunosuke Haga (que levou o bronze). Além dele, o outro veterano da delegação brasileira em Tóquio 2020 é Rafael Silva, o “Baby”, medalhista de bronze na Rio 2016 e na Olimpíada de Londres (Grã-Bretanha), em 2012, na categoria acima de 100 kg.

Seleção masculina de judô tem tradição a defender em Tóquio
O judoca Rafael Buzacarini. Seleção masculina de judô tem tradição a defender em Tóquio. (Foto: Agência Brasil)

“Acredito 100% que a experiência no Rio, de ter disputado uma Olimpíada em casa, trouxe grande maturidade para Tóquio. No final deste ciclo, tive algumas lesões que me prejudicaram, mas não vem ao caso. A categoria é muito aberta. Os atletas que medalham no circuito nem sempre são os mesmos. O atleta da Geórgia [Varlam Liparteliani, líder do ranking mundial] é forte. Tem o japonês [Aaron Wolf, quinto do mundo], que virá com tudo, já que o país é a casa do judô. Mas estou focado nos meus treinos, observando os adversários e trabalhando para que eles também se preocupem comigo”, afirmou Buzacarini, 17º do ranking da Federação Internacional da modalidade (IJF, sigla em inglês).

A delegação brasileira começou a treinar no Japão na última segunda (12). O grupo está concentrado em Hamamatsu, cidade a 250 quilômetros de Tóquio, para o período de aclimatação. O local traz lembranças a Eduardo Katsuhiro Barbosa, um dos cinco estreantes olímpicos do time masculino.

“Foi lá que vivi a infância e a adolescência. É um mundo pequeno [risos]. Lógico que há restrições por causa da pandemia [do novo coronavírus] e provavelmente não terei contato com amigos ou professores antigos. Mas só de poder estar [em Hamamatsu] faz a alegria ser imensa. Será um grande incentivo”, disse o judoca da categoria até 73 quilos e 34º do ranking da IJF.

O judoca Eric Takabatake (até 60 kg). (Foto: Agência Brasil)

Apesar de ser a primeira vez que competirá em uma Olimpíada, o clima dos Jogos não é novidade para Barbosa. Na Rio 2016, ele foi um dos atletas que auxiliou os treinamentos dos judocas que disputariam medalha. Na ocasião, o representante brasileiro na categoria foi Alex Pombo, que foi superado na estreia pelo chinês Sai Yinjirigala.

“Participei como sparring. Estava com o Rafael, acompanhei todo o processo olímpico com a equipe. Pude vivenciar aquilo e levo essa bagagem comigo. A experiência de ficar caindo para os atletas foi dura, mas agregou muito para fazer uma boa competição [em Tóquio]”, afirmou.

A menção a Buzacarini não é por acaso. Os dois treinam juntos no Paineiras, clube situado no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. A parceria no tatame e a amizade vêm desde 2010.

O judoca Daniel Cargnin (até 66 kg). (Foto: Agência Brasil)

“O Rafael é um grande exemplo. Quando estou cansado e o vejo treinando mais do que eu, vou lá e treino mais. Ele me tira da zona de conforto”, destacou Barbosa.

“Temos uma conexão bastante boa desde que ele voltou do Japão. Passamos pelo mesmo clube, chegamos a morar juntos. Sempre tivemos esse papo [de Olimpíada]. Se o Eduardo conseguir observar bastante os detalhes, controlar a ansiedade, sairá na frente. É um dia só [de lutas]. Os atletas são nivelados. Na hora que sobe na escada [para o tatame], a pressão é igual para todos”, comentou Buzacarini.

Os demais estreantes da seleção masculina de judô em Tóquio são Eric Takabatake (até 60 kg), Daniel Cargnin (até 66 kg), Eduardo Yudi Santos (até 81 kg) e Rafael Macedo (até 90 kg). As disputas da modalidade ocorrem de 24 a 31 de junho. Barbosa estará no tatame nas madrugadas do dia 26 (individual) e 30 (equipes mistas), enquanto Buzacarini luta nas primeiras horas do dia 29.

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