Ronald Penteado e Emílio Cerri, ex-secretários de Juninho desembarcam de mala e cuia no governo Gustavo Perissinotto, após a reforma administrativa que criou 670 cargos de livre nomeação, muitos deles destinados a abrigar novos aliados e a recompensar vereadores que têm demonstrado alinhamento ao prefeito.
Empresário e grande incentivador do futebol amador na cidade, Ronald foi secretário municipal de Esportes e Turismo durante a gestão do ex-prefeito Juninho da Padaria (2017/2020). Agora retorna à administração municipal no comando da Secretaria de Serviços Públicos, uma das cinco secretarias criadas pelo prefeito Gustavo.
Emílio, por sua vez, foi secretário municipal de Agricultura de Juninho e desde segunda-feira (07) passou a exercer o cargo de secretário adjunto na mesma pasta, cujo titular é Valmir de Jesus Pinton, que foi assessor parlamentar do então vereador e atual vice-prefeito, Rogério Guedes.
As portarias com a nomeação pelo prefeito Gustavo Perissinotto dos ex-secretários de Juninho foram publicadas na edição desta sexta-feira (11) do Diário Oficial do Município.
Mantida no cargo desde o início do atual governo, a superintendente do Arquivo Público Municipal, Mônica Frandi Ferreira, é outra remanescente da gestão anterior.
Apoio à reeleição
A nova composição do secretariado escancara o uso das centenas de cargos criados, através da aprovação da reforma administrativa pela Câmara Municipal, para garantir apoio político à reeleição do prefeito Gustavo em 2024.
A negociata por cargos na máquina pública foi usada para cooptar partidos que, pelo resultado das urnas em 2020, deveriam – ao menos em tese – estar atuando como oposição ao atual governo.
Ronald Penteado é presidente do PP. O partido integrou a coligação “Coragem para mudar Rio Claro” que em 2016 elegeu Juninho (DEM) como prefeito e Cel. Bellagamba (PTB), vice. Em 2020, Ronald assumiu a coordenação da campanha de Juninho à reeleição e emplacou Cap. Sossai (PP) como vice. Apesar da derrota, o PP saiu fortalecido, aumentou a votação na legenda, elegeu três vereadores (Júlio Lopes, Adriano La Torre e Moisés Marques) e passou a dar as cartas na Câmara Municipal.
Em 2012, o PP também fez parte da “Frente Progressista” que reelegeu o então prefeito Du Altimari (MDB) e a vice Olga Salomão (PT). Em 2016, o partido deixou a base de sustentação do governo por não ter conseguido indicar o vice do então candidato a prefeito pelo MDB Gustavo Perissinotto, que acabou derrotado por Juninho.
Já Emílio Cerri, que foi assessor parlamentar do vereador Júlio Lopes, ganhou mais relevância no governo Juninho ao assumir a Secretaria de Agricultura. Nesse período, ampliou seu peso no cenário político assumindo a presidência do Podemos em Rio Claro. O novo partido elegeu Alessandro Almeida, como o segundo vereador mais votado à Câmara Municipal.