Apesar das turbulências que abalam a imagem do governo municipal de Rio Claro neste início de segundo mandato, o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) deve ser beneficiado pela perspectiva política que se desenha para 2026. O cenário de alianças que hoje se projeta para as eleições gerais conspira a seu favor.
Após ter sido reeleito com expressivos 56 mil votos, o prefeito Gustavo tem novamente sua capacidade de resiliência colocada à prova em meio a um inferno astral desencadeado, entre outros fatores, pela sucessão de episódios negativos na Educação e na Saúde somados aos desgastes decorrentes de polêmicas como a autorização para a concessão do DAAE, participação de OS’s em setores da administração pública, reajuste do funcionalismo e nova reforma administrativa.
Contudo, Gustavo já deu mostras de que sabe lidar com adversidades e é capaz de reverter expectativas negativas. Tanto assim, que até meados de 2023 tinha a incômoda companhia de uma rejeição persistente e em patamares indesejáveis, mas soube como revertê-la. E mais: soube usufruir do peso e da influência da máquina administrativa, o que lhe permitiu na campanha eleitoral ampliar em 21 pontos percentuais o seu teto estimado de votos.
A experiência acumulada e já anexada ao seu currículo político, confirma que a vantagem de quem já passou pelo inferno é decorar a saída.
Por outro lado, a transição da tempestade para a bonança pode ganhar impulso com os ventos que começam a soprar rumo a 2026, inflando as articulações e arranjos partidários para a disputa da presidência da República e do governo do Estado.
Nas voltas que a política dá, o presidente nacional do PSD e secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, está bem mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por conta do apoio ao projeto de lei de anistia pelo 8 de janeiro, foi convertido de rival à aliado. E essa é uma boa notícia para Gustavo, que o tem como mentor político.
O apoio de Kassab já está precificado: Quer ser o vice, caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida disputar a reeleição. Se deixar o cargo para concorrer à Presidência da República, Kassab quer seu apoio e o de Bolsonaro para ser candidato a governador do estado – clique AQUI.
Mantido esse alinhamento de expectativas, os ventos da política podem abrir uma janela de oportunidades para Rio Claro se recolocar em âmbito regional em 2026. Cabe ao prefeito Gustavo ter clarividência para saber aproveitá-la, a partir do posicionamento estratégico que poderá ocupar no teatro de operações a ser montado para a batalha eleitoral.
Vale lembrar que em fevereiro o prefeito de Rio Claro foi eleito como presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Piracicaba, o que lhe permite ampliar seu raio de ação e estar inserido no levantamento de demandas e discussões de projetos regionais para uma população estimada em mais de 1,5 milhão de habitantes.
Mas se os ventos das articulações políticas desanuviam o céu e abrem novos horizontes para Gustavo, o mesmo não acontece em relação à oposição ao seu governo na Câmara Municipal, hoje personificada pelos vereadores Moisés Marques (PL), Rodrigo Guedes (União Brasil) e Tiemi Nevoeiro (Republicanos).
A formação de novas federações partidárias unindo o PP ao União Brasil e o Republicanos ao MDB, se confirmadas, causarão desconforto aos três vereadores restringindo ainda mais a atuação e acentuando o isolamento.
O vento que apaga a chama da vela é o mesmo que atiça o fogo na floresta.