Principal opositor do governo Gustavo Perissinotto (PSD) na Câmara de Rio Claro, o vereador Moisés Marques (PL) deve ficar ainda mais isolado e fragilizado caso a condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL) seja confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde está sendo julgada pelos ministros da 1ª Turma que já formaram maioria para condená-la a 10 anos de prisão pelos ataques aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Detentora da maior votação (5.570 votos) entre os deputados federais mais votados em Rio Claro nas eleições de 2022, Zambelli é a principal referência de Moisés dentro do PL. Ela garante apoio e suporte às atividades legislativas do vereador, inclusive reverberando e encaminhando denúncias que visam fustigar o prefeito Gustavo.
Sendo confirmada a condenação de Zambelli – falta o voto do ministro Luiz Fux, que tem até o dia 16 para registrar sua decisão – e a consequente cassação do mandato após o trânsito em julgado da sentença, será a segunda baixa a ser sofrida por Moisés em pouco tempo dentro do partido.
No início de abril, o secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, deixou o Partido Liberal e retornou ao Progressistas (PP) com aval do dirigente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Foi com o apoio determinante de Derrite e o incentivo de Zambelli, que entre fevereiro e março deste ano Moisés teve uma passagem relâmpago na presidência do PL em Rio Claro, quando se autoproclamou como líder da bancada na Câmara Municipal.
Apesar dos padrinhos, o vereador não teve força para manter seu novo status dentro do partido. A nominata foi cancelada, Neia Garcia – que em março de 2024 tornou-se presidente do PL rio-clarense com a benção de Bolsonaro -retornou à presidência e o partido passou a ter nova liderança.
Ou seja, se com o suporte de Zambelli e Derrite a situação já não era das mais confortáveis para as aspirações de Moisés dentro do PL, é possível presumir que sem o apoio de ambos ficará ainda mais difícil.