No Mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose, a campanha Março Amarelo alerta para uma doença que afeta quase sete milhões de brasileiras: a endometriose, que ocorre quando o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo.
O mês de março e a cor amarela foram escolhidos para conscientizar as mulheres sobre a importância de prevenir a doença que pode causar fortes dores e até a infertilidade. A endometriose não tem cura, mas tem tratamento, e quanto antes for feito o diagnóstico melhor o resultado.
De acordo com o Ministério da Saúde, a endometriose pode causar infertilidade em 30% a 50% dos casos por obstrução das trompas ou alterações hormonais. A doença pode causar fortes dores no período menstrual e durante ou após a relação sexual.
“Um casal que já conheça o diagnóstico de endometriose antes da tentativa de gravidez, não deve tardar mais do que seis meses de tentativas para procurar um especialista em caso de insucesso”, explica o médico ginecologista Giuliano Bedoschi, especialista em reprodução humana em entrevista concedida à Rádio Nacional.
Segundo ele, a gravidez pode ocorrer de forma natural e tentar por seis meses não seria inválido em alguns casos. “O tratamento cirúrgico pode aumentar o potencial de gravidez de alguns casos, e hoje na era da reprodução assistida a gestação as taxas de gravidez atingem níveis excelentes, mesmo em casos graves de endometriose”, afirma.
As chances de afetar a fertilidade assustam muitas mulheres que sonham com a gravidez, por isso quanto mais cedo procurar ajuda melhor para o tratamento. “Mudanças no estilo de vida, a prática regular de atividade física e uma dieta adequada podem ajudar muito no tratamento e na melhora da qualidade de vida de pacientes com endometriose”, comenta Bedoschi.
Além dessas mudanças, o tratamento pode ser feito com remédios, para aliviar os sintomas da doença, principalmente as cólicas menstruais, e com cirurgia para remover os focos de endometriose.
O especialista orienta as mulheres a prestar atenção nos sintomas para facilitar o diagnóstico. Conforme a Sociedade Brasileira de Endometriose, “toda a mulher com sintomas de dor pélvica, cólicas intensas no período menstrual ou dor durante e após a relação sexual deve procurar um ginecologista para investigação e tratamento adequado”.
