O dia 12 de março é um dia histórico, quando se comemora a criação de uma das cidades mais antigas do país. Recife, a capital de Pernambuco, completou 484 anos nesta sexta-feira (12) e se destaca pelas cores vivas dos casarões coloniais, pela cultura intensa, rica gastronomia, povo acolhedor, ampla variedade de atrativos turísticos e natureza exuberante. Uma das praias mais famosas do Brasil fica em Recife, e o nome dela revela o que o turista pode esperar da cidade: uma “Boa Viagem”.
Para conhecer este lugar encantador, nada melhor que ter ao lado quem mais entende do assunto. O guia de turismo Fabiano Barbosa, admirador assumido da capital pernambucana, nos convida a um tour por roteiros menos convencionais, que merecem destaque e que podem ser contemplados a partir de um passeio a pé. Vem com a gente!
Partindo da Praça do Marco e caminhando pela Rua do Bom Jesus a primeira parada é na Sinagoga da Congregação do Rochedo de Israel, considerada a primeira sinagoga do continente americano. Construída no século 17 por judeus que vieram ao Recife, hoje o local funciona como um museu que guarda relíquias da presença judaica durante o período holandês na cidade.
Perto dali está o Museu a Céu Aberto, fruto de escavações que deixam à mostra um pouco das antigas fundações dos arcos, que durante muito tempo foram os portões de entrada de uma cidade protegida por muralhas e paliçadas. Um belíssimo painel, faz uma linha do tempo da cidade do século 16 aos dias atuais, além de contar em detalhes como foram realizadas as escavações e quais tipos de artefatos foram encontrados no local.
Para quem vem a Recife, a visita ao Paço do Frevo é obrigatória. O espaço é dedicado à maior expressão cultural do nosso carnaval: o frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade – título concedido pela Unesco.
No local, podemos encontrar um pouco da história dos mais importantes blocos carnavalescos da cidade, além de fotografias antigas dos carnavais recifenses e seus foliões. Funciona no prédio que pertenceu a Western Telegraph, empresa inglesa que instalou o sistema de telégrafo na cidade.
Caminhando um pouco mais avistamos os dois rios que se encontram com o mar, bem na parte histórica: o Capibaribe e o Beberibe. Os rios foram muito importantes para o desenvolvimento da cidade e dividem a parte central da capital de Pernambuco em três ilhas: Ilha do Recife, Ilha de Santo Antônio e Ilha da Boa Vista.
Para cruzar as águas, oito pontes emolduram a paisagem, dentre elas, a Ponte Maurício de Nassau, a primeira de grande porte da cidade, construída no século 16. Em suas cabeceiras, encontramos em pedestais, estátuas em ferro fundido, fabricadas na França e que representam a Justiça, a Economia, a Agricultura e a Cultura.
Outro ícone recifense, a Ponte Duarte Coelho, que liga a Ilha de Santo Antônio ao Bairro da Boa Vista, carrega o nome do primeiro Donatário da Capitania de Pernambuco. Sobre ela é montado, no período do Carnaval, o galo gigante, símbolo do maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada.
Durante a caminhada é possível encontrar, em lugares estratégicos da cidade, as estátuas do Circuito da Poesia, projeto que reproduz, em tamanho real, poetas e artistas populares recifenses ou que de alguma forma têm suas obras ligadas afetivamente à capital pernambucana. Dentre essas figuras estão Antônio Maria, Solano Trindade, Clarisse Lispector, Luiz Gonzaga, Capiba, Reginaldo Rossi, Ascenço Ferreira e Carlos Pena Filho.
O guia de turismo Fabiano deixa claro que esta é apenas uma amostra de tudo que Recife tem a oferecer. “Durante esses 484 anos de história, a identidade cultural de Recife deixou um grande legado para quem hoje vive nessa cidade cosmopolita: artes, arquitetura, religiosidade, gastronomia sem igual e o mais importante, que é um povo hospitaleiro que está sempre de braços abertos para receber bem todos aqueles que desejam contemplar suas belezas e beber da fonte da sua história”, destaca.
OLINDA
A cidade de Olinda também fez aniversário nesta sexta-feira (12), quando completou 486 anos. Distante apenas 6 km da capital pernambucana, as “cidades-irmãs” somam mais de 100 bens considerados Patrimônio Cultural de Pernambuco ou do Brasil – entre eles, o bolo de rolo, o maracatu e o mamulengo (teatro de bonecos). Olinda por si só já é considerada pela Unesco um Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade por seu conjunto arquitetônico e paisagístico.
Em homenagem à data especial, a cidade de Olinda acordou nesta sexta-feira com o tocar dos sinos do Mosteiro de São Bento, da Igreja do Carmo e da Igreja do Alto da Sé, importantes atrativos históricos e culturais. Da sacada da prefeitura, um saxofonista ressoava o hino olindense e músicas que marcaram a história da cidade. Os momentos estão registrados nas redes sociais da Prefeitura de Olinda.