Um dos grandes marcos da história da joalheria Tiffany & Co., esta pedra preciosa nunca esteve à venda desde que foi adquirida pelo fundador da marca Charles Lewis Tiffany, em 1878. Batizada de Diamante Tiffany na sua forma atual, trata-se de uma gema Fancy Yellow descoberta em minas da África do Sul. Ele tinha 287,42 quilates em sua forma bruta e foi fundamental para coroar Charles como “rei dos diamantes” (na época, ele pagou US$ 18 mil por ele). A seguir, reunimos algumas curiosidades sobre o item:
Características do Diamante Tiffany
George Frederick Kunz foi o gemologista-chefe responsável pela lapidação do Diamante Tiffany. O formato escolhido foi o Cushion, que proporciona um brilho cintilante digno de um diamante redondo, mas em uma configuração que aproveita melhor o material bruto.
O resultado foi um brilhante de 128,54 quilates com inéditas 82 facetas – o comum são 58 facetas. Ele tem pouco mais de 2,5 centímetros de largura e cerca de 2 centímetros da sua parte superior à inferior. Todo esse trabalho pensado para valorizar ainda mais a sua cor amarela radiante. “O diamante brilha como se houvesse uma chama em seu interior”, descreve a marca em sua página oficial.
A primeira vez que o Diamante Tiffany foi usado
O mais interessante é que nesses quase 150 anos de existência conhecida e ultravalorizada, ele só foi usado em quatro ocasiões. A primeira foi em um colar de diamantes redondos em linha simples usado pela socialite Mary Whitehouse em um baile filantropo promovido pela própria joalheria em 1957.
O evento tinha como objetivo angariar dinheiro para a Sociedade de Preservação de Newport para ajudar a restaurar edifícios deteriorados dos séculos XVII e XVIII na cidade estadunidense. A ideia era justamente que o Diamante Tiffany fosse um dos atrativos do baile. Entre os convidados, estavam personalidades como John F. Kennedy, ainda um jovem senador na época, e sua esposa Jackie.
O Diamante Tiffany e Audrey Hepburn
Porém, marcante mesmo foi quando ele apareceu enfeitando o colo da atriz Audrey Hepburn, em 1961, nas fotos para promover o filme Bonequinha de Luxo que, no título original em inglês, Breakfast at Tiffany’s, carrega o nome da joalheria. Henry B. Platt, neto do fundador, fez questão de ser clicado colocando a joia na estrela de Hollywood.
Na ocasião, o Diamante Tiffany foi colocado no colar Ribbon Rosette, desenhado por Jean Schlumberger, icônico designer da marca. A peça feita de diamantes brancos, ouro amarelo e platina tem um design que remete a fitas entrelaçadas dando a sensação de movimento.
Depois disso, se passaram quase 34 anos até que o valioso brilhante fosse usado publicamente novamente. Em 1995, ele foi acoplado ao broche Bird on a Rock para uma retrospectiva em homenagem póstuma ao designer Jean Schlumberger no Musée des Arts Décoratifs, em Paris.
Lady Gaga foi a última a usar o Diamante Tiffany
Como é extremamente raro ver alguém usando o Diamante Tiffany, rolou o maior burburinho quando Lady Gaga chegou à cerimônia do Oscar de 2019 com ele em seu colar. Afinal, além de tudo, era a primeira vez que ele fazia uma aparição em um tapete vermelho de premiação.
A peça, já contendo o diamante como pingente, foi criada em 2012 em celebração ao aniversário de 175 anos da Tiffany e adaptada especialmente para o pescoço da cantora e atriz. Cem quilates de diamantes brancos em diferentes tamanhos cravejados em platina completam o deslumbrante o colar. Para ficar tudo ainda mais glamouroso, Lady Gaga também usou um par de brincos que ecoava o design da joia principal.
Exibições da Tiffany pelo mundo
Foi Jean Schlumberger quem teve a visão de que o Diamante Tiffany deveria ser acoplado a diversas joias, ao invés de compor um design fixo. No entanto, a gema lapidada também brilhou sozinha em exibições pelo mundo. A Exposição Universal de 1893, em Chicago, e a Feira Mundial de 1939 e 1940, em Nova York, foram algumas delas. Em 2006, ele ganhou destaque na exibição “Bejewelled by Tiffany”, na Somerset House, em Londres. Isso para citar algumas.
Visite o Diamante Tiffany na 5ª Avenida
Não é por seu valor elevado que o Diamante Tiffany ou joias que o tenham como atração não estão à venda. O próprio fundador da marca, Charles Lewis Tiffany, decidiu que ele deveria ficar disponível para a apreciação do público ao invés de pertencer a uma única pessoa. Isso em uma época que apenas a realeza possuía pedras preciosas grandiosas.
Por isso, o brilhante de 128 quilates fica em exposição vitalícia para todo o público dentro da flagship da Tiffany and Co. na Quinta Avenida, em Nova York. Inclusive, esse é um dos motivos de Audrey Hepburn ter usado uma joia contendo o diamante nas fotos de divulgação de Bonequinha de Luxo.
Em uma das cenas mais marcantes do filme, a sua personagem entra na imponente loja dizendo que não liga para joias, apenas para diamantes, e aponta para o Diamante Tiffany com entusiasmo dizendo “como este, como este”. De fato, ele quase sempre está lá para quem visita a loja conceito – exceto quando está sendo preparado para suas raras aparições públicas.
Vale destacar também a sua aparição mais marcante na vitrine da loja. No natal de 1955, o celebrado designer de vitrines Gene Moore o colocou nas mãos de uma escultura de anjo feita com fios de ouro. Dizem que a pedra brilhava tanto que dava para ser apreciada até mesmo por quem passava na calçada do outro lado da Quinta Avenida.
Recentemente, a Tiffany anunciou que adquiriu um novo diamante especial, esse de 80 quilates, que será o mais caro à venda, ofuscado apenas pelo Diamante Tiffany.