Bolsonaro não tem compromisso com a verdade

Bolsonaro não tem compromisso com a verdade. Infelizmente temos um presidente da República inimigo da democracia e da saúde dos brasileiros.

0

Por Rodrigo Montezzo

O Brasil sempre foi um país que você vê coisas do arco da velha, mas agora vivemos um momento ímpar, já que nosso presidente consegue, apesar da rica história de absurdos políticos brasileiros, realizar coisas inéditas, como por exemplo, a última de atribuir ao Tribunal de Contas da União (TCU) um documento que não existe, pelo menos com o conteúdo divulgado por Jair Bolsonaro aos seus fanáticos seguidores. O próprio TCU se manifestou e desmentiu o presidente, veja clicando AQUI.

Pra variar, suas redes sociais e sua fábrica de fake news espalharam a notícia como se fosse verdadeira e pasmem, o portal R7 e a Record, do bispo Edir Macedo, divulgaram atestando ser verdadeira a mentira propagada por Bolsonaro. Cabe um destaque, para que as pessoas enxerguem como os fatos não são casuais e sim entrelaçados, o bispo Crivella, membro da alta cúpula da Igreja Universal, mesmo investigado no Brasil e com o passaporte retido, acabou de ser indicado por Bolsonaro para a embaixada brasileira na África do Sul, onde o ex-prefeito do Rio e a igreja são investigados por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O que isso tem a ver? Tudo! A imunidade diplomática por exemplo.

Bolsonaro é um presidente sem compromisso com a verdade e essa falha de caráter é vista em seus filhos e nos membros de seu governo. É a construção de uma política baseada em mentiras. Também não devemos esquecer daqueles que trabalham e fomentam essa rede de fake news, um braço poderoso de sustentação desse método nefasto, disparando falsas notícias e manipulando a informação.

As mentiras continuam na CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado está mostrando de forma escancarada essa prática. Em desespero, a rede bolsonarista contra-ataca com mais mentiras.

Pelo menos o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no depoimento desta terça-feira (8) à CPI, adminitiu que a Hidroxicloroquina e o dito tratamento precoce são ineficazes contra Covid. Mas ao mesmo tempo, evita criticar as ações do presidente, contrárias a tudo que o seu ministério prega. São aparições constantes sem uso de máscara, além de promover aglomerações e ainda insistir na efetividade do próprio tratamento precoce.

São fatos que nos fazem acreditar que ele não tem autonomia no cargo. Corrobora com isso, por exemplo, o Ministério da Saúde nunca sequer ter realizado campanha oficial sobre a inexistência de fármacos no cambate a doença.

Na CPI, questionado sobre comportamento e posicionamento de Bolsonaro ao longo da pandemia, mesmo constrangido, se reservou apenas a dizer que “não é censor do presidente” e em dado momento agradeceu a ele pela “maior oportunidade de trabalho de sua vida”. O que nos parece é que o presidente, por conta da nomeação dada, tem carta branca do Ministério da Saúde para barbarizar e fazer o que bem entender.

Chamou atenção também a mudança de declaração sobre a não nomeação da Dra. Luana Araújo, tirando da Casa Civil, que ela própria confirmou em depoimento, trazendo a responsabilidade para si. Na ocasião, por mais absurda que pareça, ele afirmou que “não seria importante a contribuição dela para a harmonização desse contexto”, no caso, a pandemia.

Outra clara demonstração de subserviência, servilidade e acobertamento da verdade, apesar de dizer que a cloroquina não tem efetividade e nem comprovação científica, para agradar ao chefe, enfatiza que ainda há divergência no uso da mesma na área médica. Caro ministro, a única divergência está entre aqueles que seguem a Ciência e os que insistem em ir contra.

Diante de tudo isso, vemos e observamos que Bolsonaro não tem compromisso com a verdade. Estamos num processo de destruição da política brasileira. O processo posto em prática pela Operação Lava Jato que culminou com a eleição do “anti-político”. Que ingenuidade. Inclusive daqueles que dizem que não possuem político de estimação, pois aprovam um governo que, para manter o apoio do Centrão, gasta 18 bilhões de reais. Esse valor é relatado no orçamento paralelo. Ou seja, já é a maior compra do Congresso da história do país.

Todo esse quadro deprimente e de calamidade que vivemos, agravados pela política de morticídio na pandemia, precisa ter um fim e a mentira não pode prosperar, senão estaremos num beco sem saída.

Leia também:

Contra a demagogia e irresponsabilidade não há vacina
Com hipocrisia, politicagem e boicote, crise sanitária nunca terá fim no Brasil

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui