Câmara expõe desprezo, abandono e traição aos servidores municipais

Desprezado por Gustavo, abandonado pelo Sindmuni e traído pelos vereadores, funcionalismo municipal se vê enfraquecido e refém das negociatas por cargos.

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Ao aprovar um reajuste pífio aos servidores municipais, a Câmara Municipal expõe o desprezo, o abandono e a traição com que a categoria foi tratada pelo prefeito Gustavo Perissinotto, pelo Sindmuni e pelos próprios vereadores.

Com 16 votos favoráveis, a Câmara antecipou o sentimento de Quarta-feira de Cinzas ao funcionalismo municipal ao aprovar na manhã deste sábado (26) de Carnaval, um reajuste salarial de 8% a ser concedido de forma escalonada: 6% em fevereiro e mais 2% a partir de setembro. Além de cartão alimentação de R$ 600.

Após dois anos de salários congelados, o aumento oferecido pelo prefeito Gustavo Perissinotto é considerado pífio e muito aquém das expectativas dos funcionários públicos, que rejeitaram a proposta em assembleia realizada de última hora pelo Sindmuni – Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal e marcada por ameaça de agressão.

Mesmo assim, a proposta foi enviada em forma de projeto de lei pelo prefeito à Câmara Municipal que, contando com a ausência e passividade do Sindmuni, levou pouco mais de oito minutos para abrir a sessão extraordinária carnavalesca e concluir a votação pela sua aprovação, com o voto de todos os vereadores presentes.

Rodrigo Guedes – em virtude do falecimento de sua mãe Ana Guedes – e Val Demarchi não compareceram à sessão, que aprovou o reajuste em 1ª discussão.

Neste domingo (27), às 11 horas, a Câmara realiza uma nova sessão extraordinária carnavalesca para a votação em segunda e definitiva discussão.

Servidores X Boquinhas

Desprezado por Gustavo, abandonado pelo Sindmuni e traído pelos vereadores, o funcionalismo municipal se tornou uma presa fácil do inchaço da máquina pública patrocinado por Gustavo e pela Câmara, que resultou em um impacto financeiro de R$ 26,3 milhões por ano com a criação de cinco novas secretarias e 670 cargos de livre nomeação.

Em agosto de 2021, o conchavo entre o prefeito e a Câmara já dava sinais claros de que os servidores de carreira voltariam a ser relegados à segundo plano. E isso, aconteceu com a aprovação na calada da noite de um projeto que garantiu a volta da ‘Turma da Boquinha’, com a redução do percentual mínimo dos cargos em comissão a serem preenchidos por servidores de carreira, tanto na prefeitura como na Câmara.

Já em dezembro, além de aprovar a criação dos novos cargos na prefeitura – dos quais teria direito a ratear 130 entre vereadores -, a Câmara que vinha sendo pressionada a extinguir cargos em excesso nos gabinetes, aplicou um passa-moleque no Ministério Público ao atender a recomendar mas, ao mesmo tempo, criar 11 novos cargos de Assessor de Apoio Legislativo, totalizando 53 cargos em comissão com salários em torno de R$ 9 mil.

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