Com 670 cargos na máquina administrativa o prefeito Gustavo Perissinotto poderá abrigar aliados e recompensar vereadores, que até aqui têm lhe garantido apoio geral e irrestrito até mesmo em investidas impopulares como o reajuste de 15% na tarifa de água e a contratação de empréstimo de R$ 75 milhões, aprovado por unanimidade com a mudança de postura de vereadores antes contrários ao endividamento do município.
Além de possibilitar que os compromissos de campanha assumidos com aliados e cabos eleitorais possam ser honrados, as centenas de novos cargos de livre nomeação permitirão a Gustavo consolidar o apoio político que já recebe no Legislativo por parte de partidos que não integravam a sua coligação, como PP, DEM, MDB e PSDB.
Ao contrário de seu antecessor, o ex-prefeito Juninho da Padaria, que ao vencer as eleições de 2016 cortou dez das 24 secretarias municipais criadas na gestão do então prefeito Du Altimari (2009 – 2016), Gustavo Perissinotto encaminhou no início da semana à Câmara Municipal projeto de reforma administrativa que aumenta de 13 para 18 o número de secretarias, a serem comandadas por agentes políticos (secretários) com salário de R$ 9.711,40.
Pela proposta, além do gabinete do prefeito, a estrutura da administração pública municipal contará com as secretarias de Administração, Agricultura, Comunicação Social, Cultura, Desenvolvimento Econômico, Habitação, Justiça, Governo, Educação, Meio Ambiente, Compras, Desenvolvimento Social, Esportes, Finanças, Mobilidade Urbana/Sistema Viário, Obras, Segurança/Defesa Civil, Turismo.
A criação de centenas de cargos em comissão e de confiança na Prefeitura de Rio Claro prevista pelos Projetos de Lei Complementar (PLC) 222/21 e 223/21, terá um impacto financeiro estimado em R$ 26,3 milhões por ano e exigirá a destinação de R$ 2 milhões a mais mensalmente para cobrir a folha de pagamento do funcionalismo.
Encaminhados pelo prefeito com pedido de urgência para que a votação seja realizada no menor tempo possível, os projetos podem entrar em pauta já na próxima semana. Sem enfrentar resistências na Câmara, a aprovação já tida como certa.
Turma da boquinha
Vale lembrar que em agosto, em sessão extraordinária realizada na calada da noite, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade o PLC 168/2021 que reduziu de 31% para 20% o percentual mínimo dos cargos em comissão a serem preenchidos por servidores de carreira junto a Prefeitura Municipal.
Na Câmara, na Fundação de Saúde e no DAAE esse percentual foi ainda mais reduzido e caiu para apenas 10%, graças a uma emenda modificativa apresentada pelos vereadores Pereirinha (PSD), Júlio Lopes (PP) e Rafael Andreeta (PTB) – clique AQUI.