A Democracia Cristã é o plano B do vice-prefeito Rogério Guedes para as eleições de 2024. Comandada por seu fiel aliado e secretário municipal de Agricultura, Valmir de Jesus Pinton, a sigla está sendo estruturada em Rio Claro e poderá ter um papel estratégico para as pretensões políticas do vice, que é filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com os registros da Justiça Eleitoral, Pinton assumiu a presidência da comissão executiva provisória do partido em Rio Claro no dia 8 de dezembro de 2022, com o objetivo de organizar a estrutura partidária, promover filiações e fortalecer o DC para a sucessão municipal.
Este é o primeiro movimento concreto de Rogério Guedes com vistas a uma possível candidatura ao Executivo. Pretensão que, uma vez confirmada, irá levá-lo em um futuro próximo a um inevitável rompimento com o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD), que a partir de agora também deve intensificar algumas ações de olho na reeleição.
Apesar de ser vice-prefeito e de responder pela vice-presidência do diretório municipal do Partido Liberal, Rogério Guedes teme não ter garantias para disputar a prefeitura pelo partido. Daí a importância de contar com uma alternativa como o DC, que defende a inclusão de princípios cristãos na política e que, em tese, teria boa receptividade junto ao eleitorado conservador de Rio Claro.
Vale lembrar que o PL de Rio Claro é presidido atualmente pelo advogado Alcir José Russo Junior, que desde fevereiro de 2022 passou a fazer parte do primeiro escalão do governo municipal, ao ser nomeado como por Gustavo secretário-adjunto do Meio Ambiente.
Há ainda outro personagem importante a ser levado em consideração na definição do caminho que o PL irá trilhar na sucessão municipal: Marco Antonio Peres, exímio articulador político e reconhecido pelo trânsito que possui nos bastidores das três esferas de governo.
Reeleito neste início de ano para o diretório nacional do PL, Peres é um dos 120 integrantes que serão responsáveis pelos rumos que a legenda seguirá doravante. Quando questionado recentemente sobre divergências no núcleo local dos liberais, foi enfático: “Só há uma direção em cada nível. Nunca dois poderes de mando em cada nível. O que pode haver são mudanças para cada projeto”. Se para alguns a declaração soou enigmática, para outros foi clara e incisiva.
É em meio a este contexto que, precavido, Rogério Guedes decidiu enfim começar a movimentar suas peças no tabuleiro da sucessão municipal a fim de se apresentar como potencial candidato ao Executivo, já que os ex-prefeito Juninho (Patriota) e Du Altimari (MDB) – até então tidos como principais rivais de Gustavo Perissinotto – têm futuro político incerto para 2024.