Dinheiro do seu imposto deve bancar carnaval de Rio Claro?

Nada mais justo e democrático do que consultar os rio-clarenses pagadores de impostos sobre o financiamento público do carnaval.

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Você concorda que o dinheiro arrecadado com o pagamento de impostos seja usado para bancar o carnaval de Rio Claro? Essa é a pergunta que é necessária ser feita aos rio-clarenses diante dos gastos assumidos pela prefeitura e da relação custo-benefício da Folia de Momo no município.

A festa acabou. A luz apagou. O povo sumiu. A conta não fechou. Como o RC 8:32 mostrou em um primeiro levantamento, cerca de R$ 2,5 milhões saíram dos cofres públicos para a montagem de infraestrutura, apoio logístico, contratação de serviços e demais parafernálias para fazer de Rio Claro a “Capital da Alegria” por quatro dias. Gastos ainda em aberto devem fazer a despesa total aumentar para a casa dos R$ 3 milhões.

Por outro lado, o secretário de Turismo Guilherme Pizzirani deu com os burros n’água, ao prever que a retomada dos desfiles das escolas de samba após seis anos poderia injetar quase R$ 10 milhões na economia do município.

E aqui vale lembrar o que dizia a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher (1925 – 2013): “O Estado não tem fonte de dinheiro senão o dinheiro que as pessoas ganham por si mesmas e para si mesmas… Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”.

Por isso, nada mais justo e democrático do que consultar os rio-clarenses pagadores de impostos sobre o financiamento público do carnaval.

Em 2024, ano de eleição municipal, o prefeito Gustavo estará sob forte pressão para que efetue repasses ainda maiores à folia. Isso por parte de dirigentes de escolas de samba e de vereadores que têm nas agremiações carnavalescas parte de seu nicho eleitoral.

Desse jeito, onde vamos parar?

Não se trata de demonizar a maior festa popular do país. Nem de menosprezar tradições e manifestações culturais. A discussão sobre o financiamento público do carnaval em Rio Claro se impõe não só pelo contexto econômico, mas também pelas transformações sociais ao longo dos anos que tem apontado para um crescente desinteresse.

Também é preciso discutir qual modelo de carnaval se mostra mais viável e atrativo diante da realidade do município. Hoje o carnaval espetáculo, que se espelha nas grandes escolas de samba do Rio, se mostra como uma utopia irrealizável. Até mesmo a toda poderosa Rede Globo, amargou prejuízo milionário recorde e queda bruta de audiência com o carnaval 2023.

É preciso ter coragem para rasgar a fantasia que traveste Rio Claro como a “Capital da Alegria”, codinome criado – de maneira despretensiosa e até pueril – e consolidado nos anos 80 sob forte influência de uma imprensa com viés de colunismo social que, até hoje, insiste em impor sua$ vontade$.

O choque de realidade mostra que a utilização do dinheiro do contribuinte para bancar o carnaval de Rio Claro deve, necessariamente, passar pelo referendo da parte mais interessada: o próprio pagador de impostos.

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