Instituto que fez pesquisa em Rio Claro na mira da Justiça Eleitoral

Pesquisas autofinanciadas trazem resultados que são meras peças de publicidade política para promover pré-candidatos ou inviabilizar concorrentes, alerta a Abep.

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O Instituto Vox Brasil, que fez pesquisa em Rio Claro apontando ampla vantagem do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) em relação aos demais pré-candidatos, entra na mira da Justiça Eleitoral a partir de representações protocoladas em várias outras cidades paulistas onde também realizou levantamento de intenção de voto para as eleições municipais.

Divulgadas pela VTV News – afiliada do SBT na região de Campinas e Baixada Santista – as pesquisas do Vox Brasil estão sendo questionadas em Sumaré, Piracicaba, Valinhos, Santos, Ribeirão Pires e outras cidades paulistas. As representações junto a Justiça Eleitoral foram protocoladas por advogados e representantes de paridos de diferentes espectros políticos, como PL, PT, Podemos e PDT.

Além de Rio Claro, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia – até a postagem desta matéria – o registro de outras 50 pesquisas pelo Vox Brasil. Todas autofinanciadas pelo valor estimado de R$ 8 mil cada. Ou seja, o próprio Instituto teria arcado com os custos para a realização das pesquisas que, somadas, correspondem a um total de R$ 408.000,00.

Vox Brasil

Sediado na cidade de Barretos, o Instituto Vox Brasil Opinião e Pesquisas iniciou suas atividades há pouco mais de dois anos, em 11 de março de 2022. Ao TSE, a empresa declarou uma receita de R$ 176 mil e dispor de R$ 25 mil em caixa.

A empresa tem como sócios Caio da Silva Barros e Diogo da Silva Barros que, no mesmo endereço mantém a sede da DSB Imobiliária e Construtora, instituída na mesma data. Caio, por sua vez, já figurou como sócio da Cross Ambiental – Desentupidora e Dedetizadora, também com sede em Barretos.

Escândalo nacional

Na Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), há uma desconfiança crescente de que as pesquisas autofinanciadas trazem resultados que são meras peças de publicidade política para promover pré-candidatos ou inviabilizar concorrentes antes das convenções partidárias que devem ocorrer até 5 de agosto.

Para o cientista político João Francisco Meira, membro do conselho superior da Abep, o volume que esse tipo de prática atingiu é um verdadeiro escândalo nacional. Segundo ele, entre as empresas que declaram ter feito pesquisas autofinanciadas há prestadores de serviços a prefeituras, como agências de publicidade e até mesmo empresas de coleta de lixo.

Meira, que é sócio-diretor do Instituto Vox Populi, salienta que “inventar uma empresa de pesquisa cujo nome soa muito parecido com outras mais conhecidas representa contrafação [imitação ilegal] e é burla cognitiva” – clique AQUI.

Vale observar que quem divulga os resultados de pesquisa fraudulenta está sujeito a uma série de sanções. A prática é considerada crime eleitoral e pode resultar em penas de prisão de seis meses a um ano, além de multa em valores que vão de R$ 53 mil a R$ 104 mil.

Leia mais notícias sobre a política de Rio Claro e Região e confira a Opinião do RC 8:32.

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