Lula lidera corrida eleitoral para 2022 com 41% das intenções de voto para a eleição presidencial contra 23% do presidente Jair Bolsonaro, segundo pesquisa Datafiolha divulgada nesta quarta-feira (12). Se ambos fossem ao segundo turno, o petista venceria por 55% a 32%.
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O levantamento sugere que, pelo menos por enquanto, os candidatos que se apresentam como centristas não conquistaram o apoio dos eleitores. Aparecem embolados: Sergio Moro, que até agora não manifestou intenção de concorrer à Presidência, com 7%; Ciro Gomes (PDT), com 6%; Luciano Huck (sem partido), com 4%; e João Doria (PSDB), com 3%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, todos estão empatados tecnicamente.
Na sequência, segundo o Datafolha, aparecem com 2%, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo). Além disso, 9% dos entrevistados disseram que pretendem votar em branco, nulo, ou em nenhum dos candidatos apresentados no questionário do Datafolha, e 4% se classificaram como indecisos.
O Datafolha ouviu 2.071 pessoas em 146 municípios, de forma presencial, entre terça e quarta-feira.
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Essa é a primeira pesquisa de eleição presidencial feita após Lula recuperar os direitos de disputar uma eleição. A Segunda Turma do Supremo considerou que o ex-juiz Sergio Moro agiu de forma parcial ao julgar e condenar o ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.
Embora as decisões não signifiquem que Lula foi considerado inocente das acusações, elas tiveram o efeito de anular as condenações e de devolver os direitos políticos ao petista — os casos devem começar a tramitar, agora, em Brasília. Além disso, o suspeição de Moro foi vista como uma vitória política, já que reforça a narrativa dos aliados do ex-presidente de que a Lava-Jato o perseguiu.
Cenários de segundo turno
Além de mostrar que Lula lidera corrida eleitoral para 2022 e Bolsonaro ficaria em segundo lugar no primeiro turno, o Datafolha revela que o presidente não vence nenhum dos principais adversários com vantagem.
Em um cenário de segundo turno em que Lula e Bolsonaro se enfrentariam, o petista venceria por 55% a 32%. Ao cruzar essa resposta com os cenários de primeiro turno, o instituto concluiu que Lula receberia votos de eleitores de Doria, Ciro e Huck, enquanto quem pretende votar em Moro migraria para Bolsonaro.
Lula venceria Moro por 53% a 33% e ganharia de Doria por 57% a 21%.
Nas possibilidades de segundo turno sem o petista, Bolsonaro empataria com Doria e perderia para Ciro. Na disputa com o tucano, o presidente teria 39%, enquanto Doria faria 40%. No outro cenário, Ciro marcaria 48%, enquanto Bolsonaro contaria com 36% dos votos.
Bolsonaro tem a maior rejeição
Ainda de acordo com o Datafolha, Bolsonaro terá que reverter um índice de rejeição que ultrapassa metade dos eleitores. Dentre os entrevistados, 54% disseram que jamais votariam no atual presidente. Criticado por parte da população pela forma como tem lidado com a pandemia do coronavírus, Bolsonaro está enfrentando o desgaste causado pela CPI da Covid no Senado.
A segunda maior rejeição é de Lula, com 36%. O petista é seguido por Doria (30%), Huck (29%), Moro (26%) e Ciro (24%).
Na pesquisa espontânea, quando o entrevistador não mostra ao eleitor quem são os candidatos e ele pode citar qualquer nome, Lula é o mais lembrado. Ele tem 21% das intenções de votos, contra 17% de Bolsonaro e 1% de Ciro. Essa parte do questionário serve para medir o recall dos candidatos e é comum que nomes mais conhecidos se saiam melhor.
Para aumentar sua atuação no pré-campanha, Ciro passou a contar, no último mês, com o trabalho do marqueteiro João Santana, que trabalhou para Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. Contratado pelo PDT, Santana tem orientado a comunicação do partido e auxiliado Ciro na produção de vídeos.
Empate entre evangélicos
Ao analisar renda e escolaridade dos entrevistados, os pesquisadores concluíram que Lula tem mais votos entre quem estudou até o ensino fundamental (51% de toda a amostra), entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (47%) e entre moradores do Nordeste (56%).
Já Bolsonaro concentra seus votos entre homens (29% da amostra), aqueles que têm ensino médio (26%) e renda de 5 a 10 salários mínimos (30%). Daqueles que se declaram empresários, 49% afirmam votar no presidente e 26% declaram apoiar o petista.
Entre os evangélicos, há empate técnico: 34% apoiam Bolsonaro e 35% vão com Lula.