A prevalecer postura já assumida pelos dois partidos, o prefeito Gustavo terá que decidir entre PL ou MDB para compor a chapa com a qual concorrerá à reeleição para a prefeitura de Rio Claro em 2024.
Militante histórico do MDB, o ex-prefeito Du Altimari garante que o partido lançará candidato a prefeito ou a vice nas eleições municipais ano que vem, mantendo uma tradição de mais de 40 anos na cidade – clique AQUI.
Nos meios políticos rio-clarenses, a fala de Altimari foi interpretada como um recado claro ao prefeito Gustavo Perissinotto (PSD), que desde o final de 2022 passou a contar em seu governo com a ex-vereadora emedebista Maria do Carmo Guilherme.
Candidata a prefeita em 2020, Maria do Carmo obteve quase 22 mil votos, perdendo para Gustavo que foi eleito com 33 mil votos. Desde que chegou ao governo do ex-adversário, seu nome passou a ser dado como certo para ser indicado a vice e compor a chapa à reeleição do atual prefeito, numa cartada tida como genial.
Contudo, os efeitos colaterais logo apareceram. Os ruídos na base aumentaram. Os rachas internos foram acentuados. E os movimentos do vice-prefeito Rogério Guedes para um vôo solo em 2024, acelerados.
Para conter Rogério e manter o PL ao seu lado, Gustavo entrou firme na disputa pelo controle local do partido, que se tornou o maior do país desde a chegada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Conseguiu, pelo menos temporariamente.
A nova cúpula municipal da legenda – que lhe é fiel – exclui Rogério da direção, mas tem prazo de validade até fevereiro de 2024, que deverá renovado até as eleições, caso se confirme as expectativas para a sucessão municipal.
Porém, a vitória de Gustavo pelo controle do PL também trouxe uma advertência ao prefeito: a indicação do vice pelo partido é uma condição inegociável para a manutenção da aliança no município – clique AQUI.
Encurralado, Gustavo terá que descer do muro para escolher entre PL e MDB. Se descartar o MDB para manter o casamento com o PL, provavelmente terá o ex-prefeito Du Altimari como adversário nas urnas.
Essa escolha, que será cobrada de forma cada vez mais intensa, poderá ser adiada até março de 2024, quando se abre a janela partidária permitindo a troca de partidos pelos vereadores, o que pode estabelecer uma nova correlação de forças na Câmara Municipal.
Até lá, Gustavo ainda poderá tentar demover Rogério Guedes da intenção de se lançar candidato e repetir a dobradinha de 2020, o que a esta altura muitos consideram improvável diante da relação esgarçada entre ambos.
