Com um número absurdamente elevado de mortes por dengue, Rio Claro alcança um doloroso recorde, se afigura como uma das ou talvez a mais letal cidade do Estado de São Paulo para os doentes e escancara o fracasso das medidas de prevenção e combate, fundamentais para o controle e mitigação da doença.
Desde a confirmação das primeiras mortes em março até o último boletim expedido pela Fundação Municipal de Saúde no dia 28 de junho, Rio Claro contabiliza 24 óbitos causados pela dengue. Outro seis estão sendo investigados. Caso sejam confirmados, a média de mortes no primeiro semestre deste ano passará de quatro para cinco por mês.
Com 5 mil casos, Rio Claro ocupa o quarto lugar entre as cidades com mais casos de dengue na região, mas é a campeã disparada de mortes provocada pela doença. São Carlos tem 7.212 casos e uma morte. São João da Boa Vista conta 7.365 casos e duas mortes – clique AQUI.
Diante deste cenário, uma pergunta se torna inevitável: Por que número de mortos por dengue em Rio Claro é maior?
O próprio Ministério da Saúde enfatiza que a quase totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde – clique AQUI.
“É desnecessário dizer que a dengue não mata, o que mata na dengue é a desassistência e a desatenção ao potencial agravamento que os pacientes podem apresentar principalmente quando a febre desaparece. Esse momento quando negligenciado leva aos casos graves e aos óbitos evitáveis” – afirmam infectologistas e pesquisadores do Centro de Estudos Estratégicos (CEE) da Fiocruz – clique AQUI.
Vale a pena observar que as chamadas “mortes evitáveis” integram grupo de indicadores importantes para avaliação dos municípios na área de saúde e, consequentemente, seu ranqueamento geral em termos de qualidade de vida.
Sendo assim, não é por menos que Rio Claro ocupa apenas a 1.746ª colocação no ranking geral das melhores cidades para se morar do país – clique AQUI.