Pós-invasão a Brasília: como fica a rio-clarense tachada de terrorista?

Da periferia e assalariada - Moradora no Jardim São João, Z.A.D. era servidora pública comissionada da Prefeitura de Rio Claro, mas após repercussão do caso pediu exoneração do cargo.

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Tachada como terrorista, a rio-clarense Z.A.D. vive dias de incertezas após ter participado das manifestações em Brasília que culminaram em invasão e quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Apontada como financiadora dos “atos terroristas” por seu nome constar como responsável pelo fretamento do ônibus que levou cerca de 30 rio-clarenses à Capital Federal, Z.A.D. reside na periferia e é assalariada. Moradora no Jardim São João, ela era servidora pública comissionada da Prefeitura de Rio Claro, com remuneração mensal de R$ 3,4 mil. Com a repercussão do caso, pediu exoneração.

Apesar do perfil socioeconômico não ser minimamente condizente com a responsabilização que a princípio pretendem lhe imputar, Z.A.D. foi incluída numa relação de 52 pessoas e 7 empresas que podem ser alvo de um bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens para ressarcimento dos custos da depredação ocorrida na Esplanada dos Ministérios.

Para a Advocacia-Geral da União (AGU), o grupo ao qual a rio-clarense foi incluída teve “papel decisivo no desenrolar fático” dos ataques às sedes dos Poderes da República e, por isso, “devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal e derivados”.

Nomeada em fevereiro de 2022, Z.A.D. passou a exercer o cargo em comissão de assessora da Secretaria Municipal de Finanças a partir de março do mesmo ano. Antes disso, ao final de 2021, ela havia sido nomeada e desempenhou por cerca de 45 dias a função de assessor legislativo, na Câmara Municipal de Rio Claro.

O RC 8:32 apurou que ela seria ligada ao entorno do vereador Thiago Yamamoto (PSD). Em setembro de 2019 participou do lançamento do Núcleo do Movimento Conservador de Rio Claro, em evento que contou com a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

NOTA DA REDAÇÃO

O RC 8:32 decidiu por utilizar apenas as iniciais da rio-clarense incluída na lista da AGU, para não contribuir para pré-julgamentos antes mesmo de ser legalmente definida a tipificação de eventual conduta que possa ser atribuída à sua participação nos atos de 8 de janeiro.

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