Após emplacar o Capitão Sossai como candidato a vice na fracassada chapa à reeleição do ex-prefeito Juninho da Padaria (DEM), que ficou em terceiro lugar na última eleição municipal com 20.753 votos, o PP – que agora prefere ser chamado de Progressistas – saiu das urnas mais forte e agora domina postos-chave na Câmara Municipal. Com isso, o partido dá as cartas no Legislativo e aumenta o seu poder de pressão sobre Executivo.
Os 12.985 votos conquistados pelo partido representaram 13,71% dos votos válidos e possibilitaram ao PP aumentar a sua bancada na Câmara, que agora conta com três vereadores. Além de reeleger os vereadores Júlio Lopes (1.255) e La Torre (1.165), o partido conseguiu eleger o novato Moisés Marques, que recebeu 1.650 votos.
A performance nas urnas e as articulações de bastidores que fizeram da eleição do vereador José Pereira dos Santos (PSD) para a presidência da Câmara um jogo de cartas marcadas, abriram caminho para que o PP barganhasse com sucesso a ocupação de cargos importantes, que determinam o andamento político, administrativo e funcional da Casa.
O PP ocupa dois dos quatro cargos da Mesa Diretora através de La Torre (1º secretário) e Júlio Lopes (2º secretário). Das oito comissões permanentes, o partido preside três: Orçamento e Finanças; Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente; e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes. Detém ainda a relatoria de outras três – Clique AQUI. Além disso, passou a comandar a Diretoria Geral da Câmara e possui fiéis escudeiros em outros setores estratégicos, como a Diretoria de Comunicação e a Procuradoria Jurídica.
No carteado político-partidário jogado na Câmara Municipal, o PSD – do prefeito Gustavo Perissinotto – possui um par de ases com Pereirinha na presidência da Mesa Diretora e Diego Gonzales, na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. Mas nenhum neste momento outro partido possui tantas cartas na manga como o PP.
Centrão de lá e de cá
O crescimento do PP em Rio Claro vem na esteira do fortalecimento do partido em âmbito nacional. Com apetite voraz por cargos e especialista na política do “toma lá dá cá”, o Progressistas parece ter superado o estigma da corrupção – entranhado pelo envolvimento nos escândalos do Mensalão e do Petrolão – para tornar-se principal referencial do chamado Centrão e fiador do governo Bolsonaro, que em troca lhe garantiu apoio e bilhões em emendas parlamentares para eleger o deputado Arthur Lira presidente da Câmara Federal.
Nas eleições de 2020, o PP conquistou 685 prefeituras e elegeu mais de 6.200 vereadores em todo o país, deixando para trás PSDB e DEM e sendo superado apenas pelo MDB.
Agora, o partido prepara-se para dar uma cartada final para se tornar o mais poderoso do país. Para isso, trabalha para 2022 com a expectativa de filiação de Jair Bolsonaro, que retornaria ao partido ao qual esteve filiado por mais de uma década. Outra possibilidade seria a indicação do senador Ciro Nogueira – presidente do PP e dono do Centrão– como seu vice à reeleição.
