2023 traz um futuro incerto para Juninho e Du Altimari. A incerteza que assombra os ex-prefeitos, impulsiona Gustavo para 2024 ao projetar um cenário mais favorável para que possa colocar em prática o que considera necessário a fim de consolidar seu projeto de reeleição.
O ambiente político que logo após o primeiro turno das eleições 2022 se desenhava inóspito às pretensões do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD), sofreu uma mudança radical ao final do ano motivada por uma sentença do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, se mantida, pode deixar dois de seus principais adversários fora do páreo para 2024: os ex-prefeitos Juninho da Padaria (Patriota) e Du Altimari (MDB).
Após retornar ao cenário político de Rio Claro amparado em decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que rejeitou pedido de impugnação e deferiu sua candidatura a deputado estadual, Juninho recebeu em dezembro um duro golpe do TSE que, ao julgar um recurso do Ministério Público Eleitoral, reformou a decisão regional e negou o seu registro de candidato.
Se mantido o posicionamento do TSE, o ex-prefeito estará inelegível para 2024. Surpreendido com o revés, Juninho antecipou que iria recorrer da decisão. Contudo, analistas e advogados consideram difícil e pouco provável uma reviravolta na decisão unânime proferida pela mais alta corte da Justiça Eleitoral.
Assim como Juninho, o ex-prefeito Du Altimari teve a conta referente ao exercício de 2016 – seu último ano à frente da Prefeitura de Rio Claro – rejeitada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e pela Câmara Municipal.
Altimari argumenta que a rejeição das contas (dele e as de Juninho) se deram a partir de contextos absolutamente diferentes. Porém, pelo que se depreende dos relatórios do TCE, há pontos em comum e que foram determinantes para a sentença emitida pelo TSE, como o não-recolhimento de contribuições previdenciárias e ausência de justificativas às falhas apresentadas, considerados problemas graves.
Portanto, embora as condições de elegibilidade e fatores de inelegibilidade sejam aferidos apenas no registro de candidaturas, o risco de Du Altimari vir a ser declarado inelegível em 2024 é – uma vez mantida a decisão do TSE contra Juninho – real e não deve ser ignorado por seus aliados e adversários.
Enquanto as incertezas em relação ao futuro político assombram e paralisam os ex-prefeitos, Gustavo passa vislumbrar um horizonte mais tranquilo e um caminho com menos percalços em direção a uma sonhada reeleição.
As incertezas em relação a oposição também devem impactar e arrefecer os ânimos dos vereadores na Câmara Municipal, que historicamente tendem a se tornarem mais hostis na segunda metade do governo. Por ora, ainda não se pode falar em céu de brigadeiro para uma eventual reeleição até porque resta uma incógnita: Rogério Guedes, vice-prefeito e secretário de Segurança que, embora já tenha confidenciado a aliados mais próximos seu interesse em disputar a prefeitura em 2024, ainda não fez nenhum gesto concreto para confirmar seu intento.
