Rio Claro tem uma Câmara de rabo preso e acovardada

Os vereadores não demonstram o mínimo pudor ao ignorar a principal tarefa recebida dos eleitores: fiscalizar a legalidade, impessoalidade e moralidade dos atos praticados pelo prefeito.

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Cresce entre os munícipes a percepção de que Rio Claro tem uma Câmara Municipal de rabo preso e acovardada. E, para muitos, deixa de ser uma percepção para se estabelecer como uma constatação, diante do silêncio ensurdecedor sobre a comprovada prática de nepotismo no governo Gustavo Perissinotto.

Desde a nomeação de uma cunhada para cargo em comissão na Secretaria Municipal de Educação – repercutida com exclusividade pelo RC 8:32 -, até a exoneração por recomendação do Ministério Público que atestou o parentesco socioafetivo com o prefeito, o Legislativo rio-clarense se mantém no mais absoluto e vergonhoso silêncio sobre o caso.

A postura acovardada diante do Executivo, evidencia omissão e conivência com a ilegalidade e imoralidade, bem como reforça rumores sobre o balcão de negócios que se instalou no Legislativo para a aprovação da reforma administrativa, que teria contemplado vereadores com rateio de cargos e propiciado a “Farra dos Boquinhas”, agora sob a mira do Ministério Público.

A Câmara Municipal de Rio Claro é uma das mais onerosas do Estado de São Paulo. Apesar disso, os vereadores não demonstram o mínimo pudor ao ignorar a principal tarefa recebida dos eleitores: fiscalizar a legalidade, impessoalidade e moralidade dos atos praticados pelo prefeito.

O máximo que fazem neste sentido é jogar para a plateia, a partir de uma misancene que volta e meia se repete nas sessões ordinárias, com críticas, convocações e ameaças a secretários municipais usados como bode expiatório, já que estes nada fazem sem o conhecimento prévio e a concordância do prefeito.

Sob o comando da Mesa Diretora presidida por José Pereira dos Santos, o Pereirinha, a atual legislatura transformou a Câmara em um puxadinho do Executivo, onde os malfeitos do governo Gustavo são varridos para debaixo tapete sob um silêncio sepulcral.

Foi assim, em relação as nomeações flagrantemente ilegais feitas no DAAE logo após a posse de Gustavo. Foi assim, com o abusivo aumento de quase 15% no preço da tarifa de água em plena pandemia. Foi assim, com os servidores municipais castigados com um reajuste muito aquém da inflação.

Em contrapartida, os mesmos vereadores mostraram-se ativos e ligeiros ao aprovar um empréstimo de até R$ 75 milhões, que recairá sobre os contribuintes por anos a fio. Bem como ao aprovar a criação de 670 cargos de livre nomeação, com um impacto financeiro de mais de R$ 26,3 milhões por ano nos cofres públicos.

São apenas alguns exemplos, já que existem tantas outras coisas questionáveis – para se dizer o mínimo – feitas com o dinheiro público e que passam à margem do Legislativo. E isso porque ao invés de fiscalizar, os nobres vereadores se mostram avidamente empenhados em promoção pessoal, viagens, diárias e estadias em hotéis para entregar um reles ofício a um deputado qualquer, o que poderia ser feito por e-mail e aplicativos, sem qualquer custo para a municipalidade.

É essa mistura corrosiva de omissão e desperdício que deteriora a credibilidade, acentua a rejeição e iguala novatos a antigas raposas da política rumo à vala comum da aversão por parte cada vez maior da população.

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