O pedido de empréstimo de R$ 75 mi pedido por Gustavo Perissinotto (PSD) deve desnudar a real motivação de vereadores que, há apenas dois anos, se mostraram contrários e fortemente críticos ao pedido de financiamento para asfalto e demais obras de infraestrutura feito pelo então prefeito Juninho.
A solicitação para que a Câmara Municipal autorize a contratação de empréstimo de até R$ 75 milhões junto ao Banco do Brasil para “investimento em infraestrutura viária e mobilidade urbana”, se dá através do encaminhamento pelo prefeito do Projeto de Lei 193/2021 que deu entrada no Legislativo durante a sessão ordinária de segunda-feira (20).
Antes de chegar ao plenário, o projeto receberá parecer da Procuradoria Jurídica e também das comissões permanentes da Casa. Como foi enviado à Câmara em regime de urgência, em até 45 dias deverá ser analisado e votado pelos vereadores.
Segundo o RC 8:32 apurou preliminarmente, ao contrário do posicionamento adotado em relação ao projeto apresentado por Juninho, o pedido de empréstimo encaminhado por Perissinotto não deve encontrar resistência por parte da Câmara, integrada por vários vereadores que se reelegeram fazendo oposição ao ex-prefeito.
Entre os que se mais se opuseram à contratação de empréstimo estavam, por exemplo, Rafael Andreeta (PTB), Carol Gomes (CDD) e o atual presidente da Câmara José Pereira (PSD). Vale lembrar que em 2016 os três fizeram parte da coligação que elegeu Juninho e derrotou Perissinotto, então candidato a prefeito pelo MDB.
Dívida Histórica
Em abril deste ano, ao completar 100 dias de mandato, Gustavo Perissinotto fez um balanço do governo e externou grande preocupação com a situação financeira do município.
“Fizemos um estudo, que apontou um déficit estimado em cerca de 1 bilhão de reais, planilhamos tudo isso, por fonte de receita e despesa. Identificamos que temos R$ 150 milhões de precatórios, em dívida consolidada, que deve ser pago neste ano; e mais R$ 150 milhões, que entram neste ano, a serem pagos no próximo ano. Só com precatórios, portanto, são R$ 300 milhões, não em números redondos, mas aproximados” – explicou em entrevista ao jornal Diário do Rio Claro, em que fez menção a outros R$ 300 milhões relativos a dívidas com o Instituto de Previdência do município (IPRC).
Além disso, Gustavo falou sobre a a dívida histórica e consolidada com o Tesouro Nacional, no montante de R$ 245 milhões. “É uma dívida que inclusive foi matéria no jornal Estadão, uma dívida histórica, que não é da administração passada, aliás, os precatórios também não são da administração passada; mas a dívida com o IPRC aumentou muito na última administração” – disse.
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