Brasil alcança final inédita no Mundial de Ginástica Rítmica

A Seleção de Conjunto chegou à final da disputa de cinco bolas com nota 39,450. Bárbara Domingos também vai à final no individual geral.

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Brasil alcança final inédita no Mundial de Ginástica Rítmica. Nesta sexta-feira (29), em Kitakyushu, a Seleção Brasileira de Conjunto chegou à final da disputa de cinco bolas, com a sétima melhor nota (39,450). É a primeira vez em que o Brasil avança da fase classificatória em toda a história de suas participações no evento, iniciada em 1973.

A equipe é formada por Maria Eduarda Arakaki, Vitória Guerra, Deborah Medrado, Nicole Pírcio, Beatriz Linhares e Bárbara Galvão. Até então, a melhor classificação anterior do Brasil fora a sétima, obtida no Mundial de Madri, em 1975. Mas, naquela época, a final era disputada por apenas seis conjuntos.

O resultado premia o esforço da equipe, que voltou do Japão há menos de três meses, teve alguns dias de descanso e voltou a treinar com vistas ao Mundial. A treinadora Camila Ferezin destaca a importância desse resultado na caminhada histórica da GR. “Estamos muito felizes com nossos resultados, as sementes que foram plantados há alguns anos estão começando a florescer”.

A GR do Brasil já vinha em franca evolução, tendo conquistado a vaga olímpica na quadra, durante o Campeonato Pan-Americano do Rio. Depois, no breve período entre as duas competições no Japão, a ênfase foi em treinos meticulosos para ganho de alguns décimos nas notas. “Fizemos muito trabalho de repetição e limpeza da coreografia. Num Mundial tudo se define nos detalhes, então focamos milimetricamente na execução”.

Brasil alcança final inédita no Mundial de Ginástica Rítmica
Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Rítmica. (Foto: Divulgação/CBG)

Camila avalia que a GR do Brasil, como um todo, está mostrando aos árbitros um trabalho autoral, consolidando-se como um polo importante da modalidade no mundo. “Pela primeira vez na história da GR do Brasil entramos numa final de Mundial com uma coreografia nossa, 100% brasileira. Estou muito satisfeita com o desempenho do individual e do conjunto. Foram dez anos de construção! Vamos seguir ainda mais confiantes de que estamos no caminho certo”.

Henrique Motta, coordenador geral da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), também enalteceu o trabalho de todas as partes envolvidas no projeto. “O resultado alcançado hoje ratifica o trabalho sério que visa desenvolver a prática da ginástica em todo o território nacional. O desempenho desse conjunto finalista neste Campeonato Mundial é a síntese de muitos anos de trabalho. Não podemos deixar de ressaltar o esforço destas ginastas e a abordagem profissional que a equipe de trabalho da Ginastica Rítmica junto à CBG vem tendo para atingir patamares cada vez mais elevados”.

Na outra disputa, a de três arcos e dois pares de maças, o Brasil obteve a nota 36,000, e ficou em 11º lugar. No geral, o conjunto brasileiro terminou na nona colocação, ficando no top 10 do mundo.

Bárbara Domingos também vai à final no individual geral

Brasil alcança final inédita no Mundial de Ginástica Rítmica
A ginasta Bárbara Domingos conseguiu se classificar para a final do invidual geral no Mundial de Ginástica Rítmica. (Foto: Divulgação/CBG)

A curitibana Bárbara Domingos colocou o Brasil, pela primeira vez na história, em uma final individual geral do Mundial de Ginástica Rítmica. Na manhã de quinta-feira (28), a atleta garantiu presença na final da competição, na cidade de Kitakyushu (Japão) ao totalizar 69,800 nos quatros aparelhos (arco, bola, fita e maças). Essa foi a 13ª nota entre as 18 finalistas do individual geral.

Bárbara conseguiu o melhor resultado de uma competidora das Américas no evento. A segunda posição ficou com a norte-americana Evita Griskenas (63,000). A final do individual geral está programada para as 2h30 (horário de Brasília), de sábado (30).

“Estou me sentindo muito feliz. Não me caiu a ficha ainda a respeito da importância desse resultado. É tudo muito novo, mas tenho a certeza de que isso é resultado de um trabalho muito intenso nosso. Não só meu, mas de toda uma equipe técnica atrás de mim. Sem eles, com certeza não estaria no nível em que estou hoje. Querendo ou não, estar entre as 18 melhores do mundo….não tem o que dizer!”, disse a ginasta após a prova.

Ana Luisa Neiva é a estreante em Mundial da equipe brasileira. (Foto: Divulgação/CBG)

Ana Luisa Neiva, a jovem brasiliense que estreia num Mundial, cumpriu bom papel ao se classificar na 35ª posição, com 20,900 no arco, 22,150 na bola, 17,850 nas maças e 17,200 na fita, somando 60,900.

O melhor resultado anterior do Brasil no atual formato de competição havia sido obtido pela própria Bárbara, no Mundial de 2019, em Baku, quando conseguira a 31ª posição. Em toda a história da competição, a colocação mais avançada obtida por uma brasileira pertence a Inês Oliveira, no Mundial de 1975, em Madrid.

Num sistema de pontuação diferente, com nota máxima de 10, ela somou 33,300, e conseguiu uma excelente 16ª posição no individual geral. As ginastas se apresentavam uma única vez para a competição do individual geral, com as notas já valendo para a classificação final.

Assim, o Brasil alcança final inédita no Mundial de Ginástica Rítmica com a seleção de conjunto e também no individual geral e faz história na competição.

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