Para os que se opõem ao governo lulista, a chegada do inverno prenuncia dias de incertezas. Para estes, resta agarrar-se à esperança de que a primavera bolsonarista ainda florescerá, despertando o gigante que voltou a dormir em berço esplêndido.
O inverno lulopetista chegou nesta quarta-feira (21) causando calafrios na direita com a sabatina pró-forma realizada pelo Senado para sacramentar o advogado Cristiano Zanin como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Advogado pessoal de Lula, o principal atributo de Zanin para a Corte é ter logrado êxito em criar a narrativa de suposto “Lawfare” praticado pela Lava Jato, que serviu de pretexto para STF descondenar o demiurgo de Garanhuns e abrir caminho para o seu retorno a presidência da República. Também contribui – é claro – o fato de ser casado com Valeska Zanin Martins, afilhada de Lula e filha do seu compadre Roberto Teixeira.
Em meio a um clima desfavorável e de consequências imprevisíveis, os tremores e temores da direita se acentuam a partir desta quinta-feira (22), quando o Tribunal Superior Eleitoral dá início ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder nas Eleições 2022, o que poderá deixá-lo inelegível por oito anos.
Com boa parte da militância bolsonarista já considerando a inelegibilidade como um fato consumado, o ex-presidente parece manifestar uma certa resignação com a batalha prestes a ser perdida. Ao mesmo tempo, demonstra resiliência e emite sinais para o prolongamento da guerra, respaldado pela força dos mais de 58 milhões de votos conquistados em 2022 e que dividiram o país.
É justamente na projeção do prolongamento da guerra com a esquerda agora no poder que reside a expectativa no florescer de uma nova primavera bolsonarista, despertando da hibernação os movimentos de direita, divididos e desorientados no pós 8 de Janeiro diante dos abusos perpetrados pelo STF e TSE, transformados em base de sustentação e instrumentos de vingança de Lula, em sua terceira e mais raivosa versão como presidente.
Mês da primavera e da Independência do Brasil, setembro passa a ser um referencial neste contexto para a definição de novos campos de batalha. Por carregar um simbolismo especial junto aos bolsonaristas a partir de 2021, setembro pode se apresentar como uma janela estratégica de oportunidade para aumentar o calor das ruas e dar vazão ao sentimento de insurreição, que cresce ainda tímido, contra o projeto de hegemonia política e cultural defendido pelo PT.
Se florescer, a primavera bolsonarista terá forte impacto sobre as eleições municipais ano que vem e sinalizará para uma sonhada retomada do poder pela direita em 2026.
Desde o 8 de Janeiro, quando o golpe que não existiu passou a ser usado como pretexto para o golpe que está havendo, as sementes da insurreição estão sendo lançadas ao solo da pátria amada pelas mãos de Lula e dos togados que levam o povo brasileiro a desacreditar cada vez mais na Justiça.
Desta forma, a primavera bolsonarista – direitista ou brasileira, como queiram – se florescer, repetirá a história como uma consequência e resposta aos devaneios autoritários e hegemônicos do lulopetismo.
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