Reeleição de Gustavo grita: É A MÁQUINA, ESTÚPIDO!!

Candidato do "establishment" rio-clarense, o prefeito reeleito soube se impor pela força do poder econômico e transformou a máquina pública municipal em uma poderosa máquina eleitoral.

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Para alcançar com pleno sucesso a meta traçada para a reeleição e se consolidar como liderança política de Rio Claro e região, o prefeito Gustavo (PSD) arriscou tudo e não poupou nada. Sua ousadia e pragmatismo foram premiados com 56.056 mil votos. Sua reeleição grita e se autoexplica: é a máquina, estúpido!

Assim como a famosa frase “é a economia, estúpido” – cunhada em 1992 pelo estrategista político James Carville – e até hoje lembrada para sintetizar a vitória do ex-presidente norte-americano Bill Clinton sobre George Bush (pai), sua adaptação para “é a máquina, estúpido” se aplica à perfeição para, de forma pragmática, explicar a tratorada de Gustavo sobre seus adversários nas urnas.

Qualquer outra análise que se faça a partir de posicionamentos político-ideológicos ou de interpretações conceituais, será um mero complemento destinado a planos secundários de avaliação diante do peso dos recursos financeiros empregados para a massificação da propaganda.

O prefeito reeleito soube se impor no cenário político-eleitoral pela força do poder econômico. E fez isso de maneira pragmática e metódica desde 2021 quando assumiu a prefeitura de Rio Claro, eleito no ano anterior por 33.015 votos. Em 2016, quando disputou pelo MDB sua primeira eleição ao Executivo rio-clarense, Gustavo obteve 28.266 votos.

A diferença entre a derrota e a primeira vitória nas urnas foi de 4.749 votos. Agora, após quatro anos no poder, arrebanhou 23.041 votos a mais. Ou seja, Gustavo não só conseguiu neutralizar o desgaste natural do exercício do poder, como transformou a máquina pública municipal em uma poderosa máquina eleitoral – com quase 700 cargos comissionados – à serviço de sua tão sonhada reeleição.

Mesmo assim optou por correr riscos absolutamente desnecessários, principalmente no período de pré-campanha. Impelido, talvez, pela síndrome de Dick Vigarista, aquele personagem do desenho animado Corrida Maluca que se acha tão esperto que acaba se dando mal por causa das próprias tramoias que arma.

No mais teve a virtude de reconhecer as próprias limitações e trabalhar para reverter as deficiências, empregando com maestria os ensinamentos de Sun Tzu, em A Arte da Guerra: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”.

Ao contrário do que por vezes se verificou no governo municipal, na campanha soube adotar o timing correto para suas ações mais estratégicas. Soube “jogar” com as pesquisas que, divulgadas em períodos alternados por dois institutos, convalidavam uma o resultado da outra.

Com isso, manteve latente junto ao eleitorado o chamado voto útil “no cavalo que está ganhando”, bem como manteve unida a sua base e evitou a dispersão de seu grande contingente de candidatos à Câmara Municipal.

Ainda se deu ao luxo de quebrar paradigmas, armar pegadinhas e deixar seus três adversários – Rogério Guedes (PL), Airton Moreira (Psol) e Antonio Carlos Sarti (PSB) – com a brocha na mão, ao não comparecer em um encontro com pseudo-liderança do funcionalismo e ao debate promovido pelo Jornal Cidade.

Com penduricalhos dispensáveis, jingle modorrento, postagens diversionistas e lampejos que se situavam no limite entre a infantilidade e a esquizofrenia, a campanha de Gustavo não foi nenhum primor, mas foi profissional o bastante para suplantar em muito o amadorismo de seus adversários.

Gustavo é o candidato do “establishment” rio-clarense. E, como diz o personagem Capitão Nascimento, em Tropa de Elite 2: “O sistema é foda!… E custa caro… muito caro”.

Leia mais notícias de política de Rio Claro e Região no RC 8:32.

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