CPI da Vacina: espetáculo sem graça faz contribuinte de palhaço

Brincadeirinha de Carol Gomes e patacoada de Luciano Bonsucesso protagonizaram mais um desserviço à população rio-clarense, com desperdício de tempo e recurso público.

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Por Marcos Abreu

A CPI da Vacina foi aberta em reação a uma insinuação genérica e inconsequente feita a partir da já conhecida incontinência verbal do vereador Luciano Bonsucesso (PL). A Comissão Parlamentar de Inquérito que apura se algum dos vereadores da Câmara Municipal de Rio Claro furou a fila da vacinação contra a Covid-19, chega ao seu final como mais um desserviço prestado à população.

Integrada por todos os vereadores da Casa à exceção do presidente Pereirinha (PSD), a CPI da Vacina não passa de uma fanfarronice. Comandada pelo vereador Hernani Leonhardt (MDB), ela possui um ineditismo folclórico já que se trata de uma investigação conduzida pelos suspeitos do fato a ser apurado. Ou seja, qualquer que fosse o resultado da “investigação” ele seria imprestável e facilmente contestado.

De sua instalação em 12 de abril até a apresentação do relatório final determinando seu arquivamento nesta segunda-feira (17), descobriu-se o que já se sabia desde o início: tudo não passou de uma brincadeirinha, de um mal-entendido que, deliberadamente, serviu para que o plenário do Legislativo fosse transformado em um palco mambembe, onde o papel de palhaço foi reservado a contribuintes e eleitores.

O enredo desse espetáculo deprimente começou com a líder do governo, Carol Gomes (Cidadania), dizendo em tom jocoso e irônico estar imunizada contra a covid. A “brincadeirinha”, admitida pela própria vereadora em depoimento, foi feita durante reunião de líderes com a participação de outros vereadores. Entre eles o presidente Pereirinha que, também em depoimento, confirmou a versão. Por sua vez, o vereador denunciante ao cair em si e perceber a patacoada admitiu que extrapolou, se disse arrependido e pediu desculpas.

Da parte dos vereadores Luciano Bonsucesso e Carol Gomes o que temos é uma demonstração explícita de falta de bom senso, de seriedade, incompatível com o momento que vivemos em meio a uma pandemia ainda fora de controle e que já vitimou mais de 400 rio-clarenses.

Ao presidente Pereirinha faltou autoridade e pulso firme para cortar o mal pela raiz. Já que foi testemunha da “brincadeirinha” feita pela vereadora e, se tinha convicção de que não passava de um chiste, deveria ter feito uma reprimenda pública a Luciano Bonsucesso no momento em que este fez a insinuação de forma genérica no plenário, lançando suspeita sobre todos os vereadores da Casa. Teria evitado o desperdício de tempo e de recursos públicos.

Enfim, a CPI da Vacina nada mais foi do que um espetáculo sem graça a evidenciar que a Câmara Municipal, em sua maioria, se rendeu a demagogia e a bravata. Não é de hoje que vários vereadores comportam-se em plenário como se fossem BBB’s de quinta categoria e trocam, sem qualquer pudor, a seriedade pela oportunidade de fazer “VT”, caçar likes e lacrar na internet.

Ou muda o roteiro desse espetáculo, ou será legítimo concluir que no circo do Legislativo o palhaço é o contribuinte.

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