170 mortes, um slogan e nada mais!

0

Por Marcos Abreu

Relatam os historiadores que em 1933, Franklin Delano Roosevelt, nos primeiros 100 dias de mandato como presidente dos Estados Unidos, conseguiu aprovar medidas que tirariam o país de uma depressão que já durava três anos. Desde então, segundo analistas políticos, estabeleceu-se um marco pelo qual novos governos passaram a ser avaliados, levando em consideração o desempenho obtido durante esse período.

Assim, pode-se dizer que os primeiros 100 dias sinalizam um período em que é estabelecida uma referência para a sociedade sobre qual será o perfil, “a cara” do governo municipal nos próximos anos.

Infelizmente para Rio Claro, o perfil delineado até aqui não é nada bom e se mostra incapaz de criar perspectivas positivas à curto e médio prazos. A cara do governo Gustavo Perissinotto(PSD)/Rogério Guedes(PSL) é a cara da hesitação, da omissão, da inação. A cara da demagogia, da mesmice e da subserviência a interesses inconfessos.

Da posse no dia 1º de janeiro até o centésimo dia de gestão em 10 de abril, o prefeito omitiu-se em boa parte do tempo enquanto a Covid avançava em ritmo acelerado no município. Demorou cerca de um mês para alertar a população sobre a circulação da variante P.1 – clique AQUI. E, mesmo assim, relutou. Postergou o quanto pôde a adoção de iniciativas próprias para endurecer as medidas restritivas já em vigor. E só o fez quando as redes locais de saúde, pública e privada, já estavam à beira do colapso.

De rabo preso e temendo contrariar interesses de alguns setores econômicos e entidades patronais que o ajudaram a se eleger, sempre que confrontado com a necessidade de exercer o poder de polícia inerente ao cargo para o qual foi eleito, Perissinotto procura se esquivar de suas obrigações para permitir o que não deveria ser permitido e tolerar o que, em respeito à vida, se mostra intolerável.

A intervenção do Ministério Público é prova inconteste dessa omissão – clique AQUI.

Diante dessa postura, uma pergunta paira no ar: será que os 100 dias de tibieza, de vácuo de liderança e falta de coordenação política para a mitigação da emergência sanitária, podem ter concorrido em alguma medida para o saldo trágico de 173 vidas perdidas só neste ano em Rio Claro, superando o total de 164 mortes registradas em todo o ano passado?

Neste início de gestão se esperava agilidade, mais eficiência e decisões precisas para a superação de antigos e novos desafios. Contudo, o que foi demonstrado até agora não acalenta grandes expectativas. Ao contrário, acelera de forma precoce um sentimento de frustração e arrependimento.

De prático, o que se tem em 100 dias de governo Gustavo Perissinotto é a articulação para a eleição do eterno vereador Pereirinha (PSD) à presidência da Câmara Municipal, a criação de um slogan – “Amor pela Cidade” – e a reativação de uma fonte luminosa.

No mais, sobra discurso e falta ação. Sobram justificativas, mas falta coragem para querer fazer. Sobra marquetagem e falta empatia.

A realidade nos mostra que não devemos esperar desse governo mais do que ele nos pode oferecer. Afinal, o que esperar de uma gestão que já nasceu sequelada pela reincidência de personagens e do “modus operandi” da antiga administração Du Altimari(MDB)/Olga Salomão(PT), do qual Gustavo fez parte e foi avalista? O que esperar de um governo que tem em sua base de apoio vereadores demagogos, populistas, inconseqüentes, incultos e incautos?

Nada mais!!!

Gustavo Perissinotto. (Foto: Reprodução/Rede Social)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui