Os romances de sucesso de Leigh Bardugo, criadora do Grishaverso, finalmente vão estrear nas telinhas na nova série de fantasia da Netflix Sombra e Ossos. A série conta a história da órfã Alina Starkov (Jessie Mei Li) e das forças sinistras que lutam para impedir que seu poder extraordinário mude o destino de um mundo destruído pela guerra.
Dar vida a esse brilhante universo não foi fácil. Para dar ao público uma mostra do que vem por aí, o showrunner, roteirista e produtor executivo Eric Heisserer, a autora e produtora executiva Leigh Bardugo, além do produtor executivo Shawn Levy, da 21 Laps Entertainment, conversam sobre os maiores desafios da adaptação dos livros e como foi escalar o elenco para representar personagens tão queridos pelo público. Eles também falam sobre como Sombra e Ossos se destaca no gênero.
Eric e Leigh, como vocês dois se conheceram e começaram a trabalhar na adaptação do Grishaverso para série de TV?
Eric Heisserer: Há três anos, uma das minhas resoluções de Ano Novo foi começar a ler mais por prazer. Procurei amigos para pegar recomendações e um deles me disse: “Que tal uma história com ares vitorianos, a ação de Onze Homens e um Segredo em um cenário de fantasia?”. Devorei Six of crows: Sangue e Mentiras e me diverti tanto que mandei uma mensagem para Leigh pelo Twitter para agradecê-la pelo livro maravilhoso. Depois, li a trilogia original, Sombra e Ossos, e adorei a história sobre o amadurecimento de uma heroína jovem e empoderada. Um ano depois, o representante literário de Leigh entrou em contato para contar que a Netflix havia adquirido os direitos de Sombra e Ossos e que eles tinham visto a minha mensagem no Twitter. Mas a minha proposta era para fazermos a série completa — Sombra e Ossos e Six of crows: Sangue e Mentiras. Dois meses se passaram e a Netflix me ligou falando que eles tinham conseguido os direitos da saga completa.
Leigh Bardugo: Já vi muitos amigos passarem pelo processo de adaptação e serem basicamente expulsos do mundo que criaram. No momento em que conheci Eric, soube que ele não faria isso comigo. Suas ideias eram ótimas e ele queria dar novos rumos a esses personagens, mas também tinha um imenso respeito pelo mundo que foi criado e pelos fãs desse universo. O Eric sempre tratou a série com o mesmo entusiasmo e admiração de um fã do Grishaverso e isso é tudo para mim.
Qual a diferença entre Sombra e Ossos e outras séries de fantasia?
Shawn Levy: Os livros, e agora a série, têm uma grande inspiração na Rússia czarista. Não é uma reprodução fiel da história, mas a estética exclusiva do Grishaverso se baseia nessa época e local. No gênero de fantasia, estamos acostumados a ver cenários inspirados na era medieval, mas queríamos criar uma história de época que tivesse estética e estilo únicos. A criação do figurino, a direção de arte, os idiomas falados na série: tudo em Sombra e Ossos é inovador. Além de ter muito romance, humor e tiradas geniais.
Como foi combinar Sombra e Ossos com Six of Crows: Sangue e Mentiras — histórias que acontecem no mesmo universo, mas em épocas diferentes?
Heisserer: Os livros seguem uma ordem cronológica, não vamos ver eventos que acontecem em Six of Crows: Sangue e Mentiras até o conteúdo de Sombra e Ossos acabar. Nesta temporada, eu e Leigh tivemos que criar um passado para os personagens principais de Six of Crows: Sangue e Mentiras — Kaz, Inej e Jesper — que se encaixasse com o que acontece na trama de Sombra e Ossos . Essa foi a parte que deu mais trabalho.
Bardugo: Não foi fácil! Eric pegou duas séries de fantasia — com superpoderes, criaturas, tramoias — e as transformou em uma história perfeitamente coesa. Eu não poderia ter encontrado uma pessoa melhor para comandar tudo isso. E a missão dele não era adaptar apenas um livro ou uma série, mas um universo inteiro, no qual eu vinha trabalhando durante quase toda a minha carreira.
Como foi escalar o elenco para representar personagens tão queridos pelo público?
Bardugo: Nós tivemos muita sorte, o tempo todo. Encontramos atores fascinantes para o elenco, com uma química enorme na tela e um tremendo senso de colaboração no set de filmagem. Os níveis de concentração, energia e dedicação desses atores são extraordinários.
Levy: Em uma série como Sombra e Ossos, na qual criamos um mundo novo, um dos maiores desafios é apresentar ao público personagens que eles nunca viram antes. Não dá para fazer isso com um elenco conhecido. Nesse sentido, a escolha dos atores foi muito parecida com a de Stranger Things. Outra novidade dessa série é que os contextos culturais e raciais dos personagens e atores são muito ecléticos. Estamos apresentando de fato um universo cheio de histórias e culturas diversas que são plausíveis no mundo real, mas também únicas no gênero de fantasia. Desde o princípio, esse foi um elemento fundamental para a gente.
Entre aspectos conhecidos e novos, qual elemento de Sombra e Ossos você acha que mais vai atrair os fãs?
Bardugo: Eu espero que quando as pessoas assistam à série, elas sejam transportadas para um mundo diferente de tudo o que já viram antes. Esse é um universo que vai muito além de duelos e magia. A série faz perguntas inusitadas como “o que acontece quando você leva uma arma para uma luta mágica?”. Ela mostra superpoderes, eventos épicos e intrigas políticas, ao mesmo tempo que conta a história dos renegados e esquecidos por todos.
Levy: Quando começamos a trabalhar em Stranger Things, muita gente perguntou: “Quem vai assistir a isso?”. O que descobrimos é que se você criar uma série com personagens humanos, com quem as pessoas se identifiquem e por quem possam torcer com a alma, algo mágico acontece. Foi exatamente isso que tentamos fazer com Sombra e Ossos. A ideia era dar aos fãs um mundo novo com aspectos conhecidos e inéditos, mas com personagens que fossem realmente humanos e tivessem os mesmos anseios, objetivos, sonhos e conflitos do público, resultando em uma conexão verdadeira e autêntica.
Sombra e Ossos estreia nesta sexta-feira, dia 23 de abril, na Netflix.
Assista o trailer da série.
