O teatro de operações para a batalha das urnas em Rio Claro segue sendo montado sob a sombra do ex-prefeito Juninho da Padaria (PRD) e de enigmas, como o Republicanos e o MDB, que só serão desvendados entre 20 de julho e 5 de agosto, quando serão realizadas as convenções municipais para a oficialização de coligações e dos candidatos a prefeito, vice e vereadores. Além, é claro, de outras surpresas como o iminente lançamento da pré-candidatura do ex-prefeito Nevoeiro Jr. pelo PSDB – clique AQUI.
Por ora centrado em dois grandes grupos – o do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) e do vice, Rogério Guedes (PL) -, o cenário para a sucessão municipal continua sujeito a turbulências e a mudanças de rotas, que poderão ser determinadas por pesquisas mais apuradas de intenção de voto e necessidade de recalcular estimativas para disputa de vagas na Câmara Municipal.
Enquanto aguarda por um parecer favorável no recurso extraordinário em trâmite pelo STF e que o libera para as eleições 2024, Juninho segue refugiado na rotina diária de trabalho em sua padaria que, há algum tempo, virou ponto de peregrinação para dirigentes partidários, pré-candidatos, funcionários públicos e lideranças comunitárias.
A popularidade e o inconteste potencial de votos de Juninho seguem como uma sombra ameaçadora às pretensões dos adversários políticos. E devem ganhar ainda maior relevância com o veto ao impulsionamento de conteúdo político na internet já anunciado pelo Google – as demais Big Techs devem fazer o mesmo -, uma vez que a medida afeta principalmente os candidatos pouco conhecidos e os que apresentam rejeição em alta – clique AQUI.
Por sua vez, o MDB ainda é um enigma a ser decifrado. Enquanto o seu líder na Câmara Municipal, vereador Hernani Lenhardt, precipita-se em juras de amor e apoio à reeleição, o ex-prefeito Du Altimari não perde a oportunidade de fustigar o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) com duras críticas ao empréstimo de R$ 125 milhões e à venda de patrimônio público.
Altimari não esconde o desejo de se lançar candidato. Não é prudente subestimar o poderio de sua liderança dentro do MDB, bem como sua capacidade de articulação com partidos que gravitam ao centro, tanto à esquerda como à direita.
Já o Republicanos, que é presidido pelo vereador Irander Augusto, foi alçado a um novo patamar estratégico no tabuleiro político-eleitoral após a janela partidária. Se filiaram ao partido o vereador Rafael Andreeta, que estava sem partido e o suplente Heitor Alves, que deixou o PDT. Além do Coronel Bellagamba – que foi vice de Juninho – e Tiemi Nevoeiro, filha do ex-prefeito Nevoeiro e tida como bolsonarista raiz.
Fortalecido, o Republicanos passou a ambicionar a indicação da vaga de vice e se tornou o novo enigma da sucessão municipal. Irander afirma que o partido está na base de Gustavo e segue conversando. Mas ressalva que a definição só acontecerá em julho. “É igual noivado, não sabemos o que pode acontecer” – pontua.
De olho na eleição para a Câmara Municipal e com os seus pré-candidatos a vereador definidos, os partidos passam agora a avaliar se, em não fazendo parte de uma chapa majoritária, até que ponto é interessante permanecer em uma coligação mais ampla.
Assim como em uma partida de xadrez, o jogo político exige raciocínio lógico e estratégia. Também se faz necessária uma boa dose de clarividência e precaução, pois na política a lealdade vai até a página dois.