Atleta brasileiro do goalball é referência da modalidade em clube português

Leomon Moreno é brasiliense e já conquistou duas medalhas em edições dos Jogos Paralímpicos: prata em Londres 2012 e bronze no Rio 2016.

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Um dos maiores destaques da vitoriosa seleção brasileira de goalball, prata nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 e bronze na edição do Rio 2016, Leomon Moreno já foi consagrado também o artilheiro do Mundial de 2014, realizado na Finlândia, quando o Brasil levou a medalha de ouro.

Além dos títulos com a camisa da equipe nacional, o atleta do Distrito Federal passou a se destacar também no exterior: foi o primeiro brasileiro da história da modalidade a representar um time estrangeiro, e hoje é uma das referências no Sporting Clube de Portugal.

Na Europa, Leomon participa diretamente do desenvolvimento da modalidade criada exclusivamente para pessoas com deficiência visual. O atleta brasiliense de 27 anos tem retinose pigmentar, uma patologia hereditária que causa a perda da visão gradativamente. Ele conheceu o goalball aos sete anos por meio dos irmãos mais velhos, que também são cegos devido à mesma patologia. Somente aos 12, no entanto, Leomon começou a praticar o goalball efetivamente.

Leomon Moreno (Foto: Ale Cabral/CPB).

Já profissional, atuou pelo Santos FC e entrou para a seleção brasileira. Os resultados chamaram a atenção do Sporting, equipe pela qual o jogador de futebol, Cristiano Ronaldo, começou a carreira. Desde o início de 2018, Leomon joga pelo clube português, que hoje é considerado um dos mais vitoriosos no goalball europeu atual.

Na equipe, o brasileiro participou da conquista de dois títulos da Superliga Europeia, conhecida como Champions League do goalball, em 2018 e 2019, e ainda abriu as portas para outros brasileiros jogarem pelo time de Portugal.

“Quando entraram em contato comigo, olhei pelo lado do crescimento da modalidade, ter mais caminhos para fortalecer a modalidade não só no nosso país, mas no mundo inteiro. A primeira viagem para lá foi para conhecer a estrutura e o estádio José Alvalade”, conta.

“Eles me mostraram onde ficavam todos os troféus e disseram que queriam ver uma taça da Champions League de goalball lá no acervo deles. Foi uma responsabilidade e uma injeção de ânimo para ir atrás desse título”, relatou Leomon.

O que mais chamou a atenção do brasileiro foi a recepção dos colegas de time. “Logo na primeira vez, fui muito bem acolhido. Todos os outros jogadores do time queriam aprender comigo. Procurei passar experiências para eles e aprender com cada um, fazer uma troca”, recordou.

“O Sporting dá muito valor a todas as modalidades do quadro dele. E divulgam o goalball. Quando a gente andava na rua, reconheciam a gente como jogadores de goalball do Sporting. Lembro que, quando vencemos a Champions League, fomos para o estádio onde a equipe de handebol estava jogando e a arquibancada inteira comemorou a nossa vitória com a gente. Eu aprendi os cantos da torcida do Sporting, prática que nós não temos aqui no Brasil. Foi impressionante esse acolhimento”, completou.

O atleta de goalball, Leomon Moreno (Foto: Washington Alves/International Paralympic Committee).

Também em 2018, a seleção brasileira de goalball foi campeã do Mundial de Malmo, na Suécia, no mesmo evento em que a equipe feminina levou o bronze. Os resultados renderam ao país as vagas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e, também, mais visibilidade na Europa. O time português pediu, então, que Leomon indicasse outros jogadores brasileiros para integrarem o elenco.

Assim, em 2019, quatro atletas brasileiros de goalball conquistaram o título europeu da modalidade: Romário Marques, Leomon Moreno, Ana Carolina Duarte e Ana Gabriely Brito. Essa foi a primeira vez que a equipe feminina conquistou a taça da Champions League de goalball. Fora da quadra, Altemir Trapp, da comissão técnica da Seleção Brasileira, também integra o time português atualmente.

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