A Bienal de Dança apresenta Imalẹ̀ Inú Ìyágba e Delirar o Racial na programação do #EmCasaComSesc desta quarta-feira (6). A artista da dança Adnã Ionara estreia nesta quarta (6), às 19 hras, o espetáculo “Imalẹ̀ Inú Ìyágba”. Na base da construção da obra, transmitida ao vivo diretamente do Sesc Campinas, estão a bibliografia e as simbologias ligadas ao matriarcado mítico yorubano.
O título de mesma origem abrange diferentes traduções e interpretações. Imalẹ̀ ecoa o sagrado: símbolo e local de perpetuação da ancestralidade. Inú, o interior, o íntimo ou as próprias vísceras, como o útero e o estômago. Já Ìyágbà significa mulher ancestral, matriarca.
“O trabalho nasce enquanto femenagem [reconhecimento] aos laços maternos, uma espécie de discurso, lembrete (ou seria rememoração?) da força vital que nutre toda uma linhagem familiar: Ìyá, a Mãe”, pondera a intérprete-criadora que também soma rastros biográficos e memorialísticos.
Às 21 horas, em edição audiovisual exclusiva para a Bienal Sesc de Dança, a performance “Delirar o Racial”, de Davi Pontes e Wallace Ferreira, anula as convenções de duração e extensão. E se o pensamento desse um passo atrás e navegasse sem ideias de localização? E se pudéssemos pensar uma coreografia fora da flecha do tempo? Perguntas assim instigam a dupla de artistas a buscar por “uma imagem para pensarmos espacialidade sem as ficções formais de espaço e tempo”.
A obra experimental apresentada no Dança #EmCasaComSesc se propõe a elaborar a diferença sem a chamada separabilidade. A ideia é dar corpo ao pensamento da artista visual e filósofa fluminense Denise Ferreira da Silva ao imaginar um filme “sem o fantasma da linearidade”.
Para tanto, ambos recorrem a procedimentos utilizados desde o início da parceria em dança, em 2018: “Uma série de ações que lidam com a incerteza, a desordem e o provisório para pensarmos uma ética fora do tempo para vidas negras”.
A luz do dia que invade frestas e janelas de um galpão onde acontece a ação e a paisagem sonora acentuam o caráter sensorial da criação que intercala reflexões em voz off de Pontes.
Os espetáculos integram a programação do projeto #EmCasaComSesc que traz toda semana apresentações gratuitas de música, teatro, dança e atividades infantis. Os shows e espetáculos acontecem sempre de terça a domingo, às 19 horas, com exceção da programação infantil que é transmitida aos sábados, às 15 horas. Nesta semana, o palco virtual do #EmCasaComSesc também recebe espetáculos da 12ª edição da Bienal Sesc de Dança.
Na programação deste semana teve apresentação dos espetáculos “Conversa pra Boy Dormir” dos grupos Mexa e Grua, “NO HACER NADA pulverizar” do diretor brasileiro Fausto Ribeiro e da performer uruguaia Lucía Sismondi, “Abismo” da da 99 Art Company e “Yebo Musical” dos bailarinos Rubens Oliveira e Munique Costa.
Nesta quarta (6), a Bienal de Dança apresenta Imalẹ̀ Inú Ìyágba e Delirar o Racial. Já na quinta (7), às 19 horas, tem apresentação ao vivo de “Na Fresta da Certeza, o Vermelho Escuro”, com concepção e direção de Luciane Ramos-Silva, diretamente do Sesc Pompeia. Em seguida, às 21 horas, será apresentado “Viaduto”, do diretor e coreógrafo Renan Martins e do músico Frankão.
O público pode assistir os shows e espetáculos acessando o Instagram do Sesc Ao Vivo (@SescAoVivo) e o canal do YouTube do Sesc São Paulo (Youtube.com/sescsp). Não é preciso fazer cadastro ou agendamento prévio. Além dos eventos ao vivo, o público também pode ainda acessar o acervo do Sesc e curtir os shows e espetáculos disponíveis. E para saber tudo o que rola na 12ª edição da Bienal Sesc de Dança acesse bienaldedanca.sescsp.org.br.