Drone que mapeia florestas auxilia no combate ao desmatamento

O equipamento é capaz de mapear uma área equivalente a 37 campos de futebol em apenas 30 minutos, identificar o diâmetro e espécie das árvores e possibilitar uma visualização aproximada da situação da vegetação.

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Pesquisadores da USP desenvolvem um drone que pode ser utilizado no combate ao desmatamento. A aeronave é capaz de mapear 400 mil metros quadrados de floresta, o equivalente a 37 campos de futebol, em apenas 30 minutos. Os testes foram realizados em florestas de pinus, nos Estados Unidos, cuja característica é a vegetação espaçada. O desafio agora é adaptar o equipamento para a vegetação brasileira, que é mais densa, e futuramente comercializar por aqui.

O drone possibilita ter uma visão micro de uma determinada região e deve ser usado em parceria com um satélite, que primeiro identifica se há devastação de cobertura vegetal numa visão macro e depois o drone sobrevoa para identificar a real situação do local, como informa o pesquisador Guilherme Nardari, doutorando do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP de São Carlos, que desenvolveu o drone junto a pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos: “O satélite pode dar uma visão macro do que está acontecendo e aí a gente vai lá, encontra uma região de interesse pelas imagens de satélite e leva o drone para fazer uma análise de perto”.

O professor Wagner Costa Ribeiro, do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, explica que o desmatamento no Brasil é causado pela expansão da agropecuária e, na maioria das vezes, é ilegal: “Se busca, por meio do desmatamento, garantir acesso à terra e muitas vezes infringindo as leis ambientais e restrições como, por exemplo, ocupação de terras indígenas e unidades de conservação. O grande objetivo é garantir o acesso à terra”.

Na visão do professor Miguel Trefaut Rodrigues, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da USP, a floresta, quando intacta, não pega fogo, mas os incêndios começam quando há intervenção humana, produzindo as derrubadas e queimadas ilegais: “A partir do momento que fazem essas derrubadas seletivas justamente para ampliar as áreas agrícolas e depois se põe fogo nisso, aí obviamente que inflama e vai queimar a borda, não tem jeito”.

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