Governo cria rede de transfusão de plasma para o tratamento de pacientes com Covid-19

Pilotos do projeto serão desenvolvidos pelo Instituto Butantan nas cidades de Santos e Araraquara.

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O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (26) a criação de uma rede de transfusão de plasma para o tratamento de pacientes com coronavírus (Covid-19). O serviço será coordenado pelo Instituto Butantan, que será responsável pela gestão da coleta, distribuição e uso do produto no estado.

Inicialmente serão desenvolvidos pilotos do projeto nas cidades de Santos e Araraquara, para posterior extensão a outros municípios. O tratamento consiste na utilização de plasma de pessoas que tiveram e se recuperam da Covid-19 em pacientes com sintomas iniciais da doença.

Bolsas de sangue e de plasma (Foto: Ciete Cilvério/A2img/Governo de SP).

“O plasma é a parte líquida do sangue onde se concentra os anticorpos. A transfusão funcionaria como uma vacina instantânea para criar uma resposta imune e ajudar na recuperação dos doentes”, explica Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan. “Esse tratamento será destinado aos doentes imunossuprimidos, idosos e pacientes com comorbidades”, informa Covas.

De acordo com ele, a rede já tem cinco hemocentros habilitados para fazer a coleta de plasma: HHemo, Fundação Pró-Sangue e Colsan, que ficam em São Paulo, além dos hemocentros da Unicamp e de Ribeirão Preto. A expectativa é de que mais serviços sejam habilitados para ampliar a rede.

O plasma será coletado de voluntários que aceitarem participar do projeto. Para participar é necessário ter tido Covid-19 e ter se recuperado no mínimo há 30 dias, e pesar mais de 50 quilos. As regras e exames seguem os mesmos critérios adotados para a coleta de doação de sangue.

Foto: Agência Brasil.

Os voluntários devem ser, prioritariamente, do sexo masculino. As mulheres não podem fazer a doação. “Durante a gestação, a mulher libera anticorpos na corrente sanguínea que podem causar uma reação grave chamada Trali (transfusion-related acute lung injury) no paciente que recebe a transfusão”, esclarece o governo estadual.

A organização da rede de plasma, controle de estoque, monitoramento dos locais de distribuição e da evolução dos pacientes, será feita por meio da ferramenta de assistência virtual do Butantan, chamada “Tainá”, que já é utilizada em outros projetos do instituto.

Confira a coletiva de imprensa na íntegra:

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