A Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu um estudo que investigou a exata origem do SARS-CoV-2, a variante do novo coronavírus que se transformou na pandemia da covid-19. O relatório completo só deve sair no final de março deste ano, mas o ecologista Peter Daszak, que participou da pesquisa, compartilhou uma prévia dos resultados com a NPR.
Segundo o especialista, que viajou para a China, há fortes evidências que confirmam hipóteses iniciais sobre as primeiras contaminações. O novo coronavírus provavelmente nasceu a partir do consumo da carne de animais que foram infectados por morcegos.
Os bichos em questão são animais silvestres que vivem em fazendas legalizadas há ao menos duas décadas pelo governo da China, possivelmente na região de Yunnan. Esses locais ajudaram a reduzir a pobreza na região e costumam fornecer o que é vendido em mercados de frutos de mar como o de Huanan, em Wuhan, epicentro da pandemia em humanos.
Encontrando o ponto de origem
A pesquisa da OMS deve colocar um ponto final em teorias da conspiração de que o vírus foi criado em laboratório, por exemplo. A principal descoberta da equipe foi a de um morcego na região de Yunnan, no sul do país, que estava contaminado com um vírus “96% similar” ao SARS-CoV-2.
O próximo passo do estudo é determinar exatamente qual animal foi infectado por outra espécie e, por fim, acabou consumido por humanos. Os animais exóticos suspeitos da transmissão para humanos são o já citado pangolim e a civeta, um mamífero que também foi o responsável pela última epidemia da SARS, em 2007.
O mercado na região de Wuhan concentrava uma alta variedade de produtos e foi fechado ainda em fevereiro de 2020 após uma alta de casos similares a uma pneumonia ser registrada na região.