Nas últimas semanas, a obrigatoriedade do uso de máscara contra ao coronavírus (Covid-19) vem sendo flexibilizada em ambientes abertos e/ou fechados. O estado de São Paulo liberou o uso de máscaras em espaços abertos no dia de 9 março e flexibilizou a obrigatoriedade do item em todos os ambientes no último dia 17.
Desde então, as máscaras são obrigatórias apenas no transporte público (ônibus, metrô, trem e seus respectivos locais de acesso, como estações de embarque) e nos locais destinados à prestação de serviços de saúde.
No entanto, a flexibilização das máscaras gera controvérsias entre os especialistas. O presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Lins, acredita que o item deveria continuar obrigatório em ambientes fechados, visto que a cobertura vacinal entre as crianças de 5 a 11 anos ainda está incompleta, entre outros fatores.
Ele fez a declaração em entrevista concedida à equipe de divulgação científica do Instituto Nacional de Comunicação da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT). O vídeo pode ser assistido clicando AQUI.
Por outro lado, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, defende a flexibilização baseado em dados epidemiológicos e de vacinação. De acordo com o secretário, São Paulo é líder em vacinação contra a Covid-19 no Brasil com mais de 104 milhões de doses aplicadas e mais de 90% da população com duas doses completas.
Diante disso, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu documento com orientações sobre o uso de máscaras de proteção contra a coronavírus no atual cenário da pandemia. A entidade recomenda que as máscaras sejam utilizadas por pessoas expostas a riscos e em determinadas situações com possibilidades maiores de contágio.
Quem deve manter o uso de máscara contra o coronavírus?
A SBI aconselha o uso de máscaras contra a coronavírus para indivíduos que estejam com sintomas de resfriado comum ou síndrome gripal, bem como para pessoas “que se expõem ao contato com indivíduos sintomáticos, como profissionais de saúde, trabalhadores de serviço de atendimento ao público, familiares de pacientes sintomáticos e situações correlatas”.
A entidade também indica o uso da proteção facial em locais fechados e locais com aglomeração de pessoas para os seguintes indivíduos:
- Não-vacinados ou com vacinação incompleta contra a Covid-19.
- Imunossuprimidos: imunodeficiência primária grave, quimioterapia para câncer, transplantados, portadores de HIV e de doenças autoimunes, usuários de corticoides e de drogas modificadoras da resposta imune, pacientes em hemodiálise, entre outros.
- Pessoas com mais de 60 anos (principalmente maiores que 70 anos), em especial com presença de doenças crônicas.
- Gestantes com ou sem comorbidades.
Em quais locais as máscaras devem ser mantidas?
Devo usar máscara quando vou ao shopping, ao parque, ao cinema? Em quais situações o item de proteção deve ser abolido? A SBI indica o uso de máscara em locais com maior risco de transmissão do coronavírus, ou seja, lugares onde há menor possibilidade de distanciamento físico e maior chance contato de pessoas.
Portanto, segundo a SBI, a população deve usar máscara contra o coronavírus no
- Transporte público (trens, metrô, ônibus e correlatos)
- Agências bancárias
- Repartições públicas
- Casas lotéricas
- Instituições de ensino, entre outros locais fechados.
Com relação às localidades abertas, a recomendação é para usar a máscaras em:
- Pontos de ônibus
- Filas de atendimento de serviços públicos ou privados
- Ruas que funcionam como corredores comerciais
- Serviços de saúde (hospitais, clínicas e unidades de saúde)
- E outros lugares com características semelhantes sujeitos à aglomeração de pessoas.
Em espaços abertos ou fechados com baixo risco de transmissão, o uso ou não de máscara deve ser uma decisão individual, quando permitido pela legislação.