O empresário Celso Silveira Mello Filho, morto na queda do avião com outras 6 vítimas em Piracicaba (SP) nesta terça-feira (14), era proprietário de uma fazenda na Bahia onde foram resgatados 28 trabalhadores em condições análogas à escravidão, em 2010.
As precariedades foram constatadas, segundo apuração do Repórter Brasil, em uma operação realizada na Fazenda Tarumã, em Santa Maria das Barreiras (PA), que contou com membros do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF).
Na propriedade que, à época, pertencia à CSM Agropecuária S/A, foram encontrados 28 trabalhadores rurais vivendo em “construções precárias, sem acesso a estruturas básicas de sanitários, acesso à água e fiação elétrica, dividindo espaço até com cavalos e mulas”.
Os trabalhadores, ainda segundo a reportagem, eram submetidos a longas jornadas — das 5h da manhã às 18h, sem descansos regulares — e sufocados pelo endividamento com cobranças de “aluguel”, de alimentação e até equipamentos de proteção e ferramentas de trabalho.
A CSM Agropecuária S/A, inclusive, é proprietária da aeronave modelo King Air B200, ano 2019. Com 7 pessoas a bordo, o avião caiu por volta de 8h45 desta terça (14), após decolar do Aeroporto Municipal Pedro Morganti, em Piracicaba. O destino da aeronave era o Pará, aonde Celso e família iriam a negócios.
De acordo com a Repórter Brasil, Celso Silveira Mello Filho já figurou como réu em processo criminal como responsável por casos passados de trabalho escravo, em flagrantes feitos nos anos de 1999 e 2000. Na época, o empresário foi acusado por causa de infrações em áreas da Vale Bonito Agropecuária S/A, que já fez parte da “lista suja” do trabalho escravo entre 2003 e 2005.
Celso era irmão de Rubens Ometto Silveira Mello, conhecido “barão” da Cosan – gigante sucroalcooleiro que também chegou a ser inserida na “lista suja”, mas acabou retirada por meio de liminar judicial.
Avião cai em Piracicaba, causa incêndio e deixa 7 mortos
Um avião de pequeno porte caiu na manhã desta terça-feira na cidade de Piracicaba (SP). A queda aconteceu em uma zona de vegetação da cidade.
O ocorrido foi confirmado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo. No Twitter, a corporação inicialmente limitou-se a informar a existência de quatro vítimas no local. O acidente inclusive preocupou fãs da dupla Simone e Simaria.
Posteriormente, porém, novamente pela rede social, informou que sete pessoas morreram no episódio.
A tripulação era constituída por uma família de cinco pessoas pessoas, dona da aeronave, e dois pilotos. Essas foram as vítimas fatais confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo a GloboNews, a aeronave teria passado recentemente por uma revisão e sido aprovada para voos. Ainda não se sabe a causa do acidente.
Imagens de uma câmera localizada em residência próxima ao local mostram o momento da queda.
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O Aeroporto de Piracicaba informou que o avião havia acabado de abastecer, o que, segundo o Corpo de Bombeiros, contribuiu para a intensidade da explosão.
“A aeronave chocou-se contra a montanha e explodiu. O avião tinha acabado de abastecer. A quantidade de combustível que transportava potencializou a explosão”, relatou à Rádio CBN o capitão do Corpo de Bombeiros Bruno César Penna Gobbo.
Queda em área verde
Segundo os bombeiros, a queda ocorreu em área verde próxima Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), no bairro Santa Rosa.
Seis equipes de resgate foram destinadas para o local. Imagens feitas por testemunhas mostram que a explosão da aeronave gerou um incêndio no local.