Church in Box: toda igreja é uma caixa, um lugar que limita a espiritualidade humana a um espaço, tempo e cultura. As caixas devem ser respeitadas, mas ninguém precisa necessariamente viver sua espiritualidade dentro delas.
Coluna do Quincas Borba #16
Nas caixas existem regras, procedimentos, normas de pensamento e ritual. Elas são hierarquizadas e coletivas – como todas as caixas que servem para estocar e guardar coisas dentro – têm pastores, padres, ministros, mães de santo e mestres guiando rebanhos humanos; alguns menores e outros maiores, mas são rebanhos que pensam e agem da mesma forma.
Imaginamos a Divindade Suprema a partir da caixa onde estamos limitados, mas e se a Grande Alma por trás de tudo for a de um animal? E se Deus for uma borboleta, uma árvore ou um imenso espírito verde? E se todos os seres vivos da terra forem a manifestação de Deus, numa espécie de panteísmo materialista? E se a Grande Alma estiver no orvalho atado à teia de aranha ou nos olhos inocentes de uma vaca?
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Estudamos biologia na escola, mas não paramos para pensar que a estrutura óssea de nossas mãos é a mesma da baleia e do morcego; que nossa coluna vertebral está em todos os animais e que, como eles, sonhamos, amamos e sangramos.
Acho que o ser humano, esse primata que ampliou um pouco o seu pensamento, é uma manifestação da Suprema Divindade que adquiriu consciência de si mesma. Essa é minha espiritualidade, o culto panteísta aos seres vivos, e não cabe em nenhuma caixa.
Pérolas do Sor Bruno é escrito por Bruno Oliveira, Professor de história e sociologia na escola Marciano de Toledo Piza. Colunista no Jornal Quincas Borba filiado a Rede Camões de jornais escolares com fins pedagógicos. Visite nosso site clicando AQUI.