A indestrutível biblioteca de Babel

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Coluna do Quincas Borba #2

Cibercultura I: E estavam lá sentados demonizando a internet como uma forma de controle, patrulha, ato de vigiar e punir. E tal comentário reacendeu as reflexões do filósofo tunisiano Pierre Levy que, brilhantemente, fez uma referência aos tempos atuais com uma espécie de dilúvio.

Cibercultura II: “Eles foram extintos da Terra; ficou somente Noé e os que estavam com ele na barca” (Gênesis 7, 23). E não foi só Noé. “A operação de salvamento de Noé parece complementar, quase cúmplice de um extermínio. A totalidade com pretensões universais afoga tudo aquilo que não pode reter. É desta forma que as civilizações são fundadas, que o universal imperial se instaura” prossegue o filósofo em seu livro Cibercultura:

  • Na China, o imperador amarelo mandou destruir quase todos os textos anteriores a seu regime.
  • Qual César, qual conquistador bárbaro deu ordens para deixar queimar a biblioteca de Alexandria a fim de terminar com a desordem helenística?
  • A Inquisição espanhola colocava fogo em autos de fé de onde esvaiam-se em fumaça o Corão, o Talmude e tantas outras páginas inspiradas ou meditadas.
  • Horríveis fogueiras hitlerianas, fogos de livros nas praças europeias, em que ardiam a inteligência e a cultura!
  • Pois foi Sargão de Agadé, rei dos quatro países, primeiro imperador da história, que mandou jogar no Eufrates milhares de tábulas de argila, nas quais estavam gravadas lendas de tempos imemoriais.

Cibercultura III: E, é nesse ponto que quero pontuar aos desconectados que rede emerge como uma evolução ou resposta à própria explosão demográfica da humanidade.

Cibercultura IV: Para LEVY (1999): Fluida, virtual, ao mesmo tempo reunida e dispersa, essa biblioteca de Babel não pode ser queimada. As inúmeras vozes que ressoam no ciberespaço continuarão a se fazer ouvir e a gerar respostas. As águas deste dilúvio não apagarão os signos gravados: são inundações de signos. Sim, a tecnociência produziu tanto o fogo nuclear como as redes interativas.

La Ciência: É evidente o fanatismo e o vício que o povo brasileiro tem quando se trata de futebol. Será que o povo está cego ou isso é algo normal?

La Ciência II: Hoje em dia o trabalho é algo que dizem ser essencial, pode até ser, mas o problema não é ter um trabalho, e sim achar um modo de trabalhar, hoje em dia as opções para as pessoas que não tem um ensino superior, curso ou faculdade, são extremamente limitadas, mas a sociedade não enxerga isso, desde que um chefe de uma empresa tenha dinheiro no bolso o suficiente para viajar todo ano, o resto se torna algo extremamente insignificante…

La Ciência III: Eu não sei qual a salvação que os outros conseguem ver na humanidade, nós estamos mergulhados em um poço de miséria e desonra, que aos poucos vai nos devorando e quando menos esperamos, isso já se enraizou na nossa alma e nos transformou. Acho que nessa visão, o pessimista é o único que vê tais maravilhas.


O jornal escolar “Quincas Borba”, da Escola Estadual “Marciano de Toledo Piza” de Rio Claro, é um projeto idealizado pelo aluno e poeta Kauhan Sabino. A publicação faz parte do Jornal do Camões, projeto que visa criar uma rede de jornais nas escolas do Brasil e promover o estudo da Língua Portuguesa, além da formação de pessoas críticas e reflexivas.

La Ciência é escrita pelo aluno Guinter Samuel, da ETEC Prof. Armando Bayeux da Silva e participante do Jornal de Camões desde 2020.

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