Coluna do Quincas Borbas #18
“Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.” (Edmund Burke). Por que é tão importante que se discuta o passado? Primeiramente, precisava mesmo ser respondida esta pergunta? O passado tem se feito extremamente presente nos últimos anos. Mas a quê se deve isso? A falta de conhecimento de seu passado.
Conhecimento. Mas só encontramos conhecimento por meio do passado? Claro que não! O passado usamos como uma base para nossas reflexões sobre coisas atuais também; mesmo com a incerteza do que seria o tal “conhecimento”. Vamos filosofar um pouco mais!
Como aprendemos a discernir o ruim do bom? A primeiro passo, este conceito é muito relativo, pois o que é certo para mim pode não ser para você. Dentro dos conceitos filosóficos, esses primeiros conceitos são concebidos graças a nossa percepção sobre o nosso mundo físico. Um dos primeiros lugares onde começamos a perceber e julgar, por meio da lógica, as coisas que vemos à nossa volta é em casa e na escola, um complementando o outro.
E quando alguém diz: “Educação vem de casa” ela não está culpando os pais de um determinado aluno; ela está repreendendo aquilo que muitos têm feito, deixado a educação dos seus filhos sob responsabilidade da escola, quando na verdade não é bem assim. E é por isso que vemos várias notícias de agressão, seja verbal ou oral, contra alunos e professores negros, LGBTQIA+, indigenas e outras minorias.
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E qual o papel da escola no combate ao ódio e ao preconceito? Preconceito é uma ideia, um conceito julgado previamente sem uma análise crítica daquilo que está sendo falado. Portanto, o papel da escola não é apontar a direção correta, mas sim apresentar os caminhos para que o aluno decida, com a influência ou não dos pais, o caminho que vai seguir; a escola apresenta, dentro das disciplinas, aquilo que servirá como base para que o aluno se situe no caminho que ele próprio escolheu ou vai ainda escolher. E assim, junto com a prática da família, apresentar temas como o preconceito para que o aluno possa ao menos saber o que ele está fazendo, visto que, muitas das vezes quando uma criança ou adulto age de forma preconceituosa com algo ou alguém, ela não conhece verdadeiramente aquilo que está fazendo. E isso é preocupante, pois vem aumentando.
A melhor forma para combater o preconceito, onde na escola é o terceiro lugar que as pessoas mais sofrem, é por meio da educação. Uma coisa que sempre me entristece é quando eu lembro de uma vez que um profissional docente disse-me que a educação ainda não é o suficiente para acabar com esse tipo de problema. Eu discordo veementemente! Para mim, a educação é sim a base para uma sociedade melhor e mais igualitária.
E assuntos como o preconceito, racismo, xenofobia, homofobia e outros, devem ser discutidos e apresentados desde a infância, vinculando também à prática daquilo que se prega, tanto no meio educacional quanto no meio familiar.
Portanto, a base para uma sociedade melhor está na educação equitativa para todos, independente de qualquer crença, religião e sexualidade. Por meio da educação conseguiremos conscientizar a população para que melhore. Mas também não basta só desejar que melhore, temos que agir para que aconteça.
Sabinadas é escrita por Kauhan Sabino, poeta e idealizador do Jornal Quincas Borba da escola Marciano de Toledo Piza, participante da Rede Camões desde 2020. Visite nosso site clicando AQUI.