Em entrevista a Reuters, Doria confirma compra de mais 20 milhões de doses da CoronaVac

O Brasil está em negociações para comprar mais 20 milhões de doses da vacina coronavírus desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech, disse o governador de São Paulo à Reuters em uma entrevista nesta quinta-feira, em uma demonstração de confiança na vacina chinesa.

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A ordem, que não foi informada anteriormente, virá em cima das 100 milhões de doses da vacina, conhecida como CoronaVac, já garantida pelo Instituto Biomédico Butantan de São Paulo, disse o governador João Doria.

O instituto estatal liderou testes clínicos em massa da vacina no Brasil e agora está preenchendo e finalizando doses para um programa nacional de imunização, com planos para produção 100% nacional no início de 2022. A única outra vacina COVID-19 aprovada para uso emergencial no Brasil é a vacina AstraZeneca.

Doria tem sido a força motriz por trás dos testes e lançamentos de CoronaVac no Brasil, reforçando suas ambições presidenciais e alimentando uma rivalidade com o presidente Jair Bolsonaro.

Mas com eficácia de pouco mais de 50% no estudo brasileiro, bem abaixo de outras opções no mercado, alguns têm questionado se o Brasil deve buscar outras vacinas, pois enfrenta o surto mais mortal fora dos Estados Unidos.

Bolsonaro, crítico da China e cético do COVID-19, inicialmente descartou a vacina Sinovac, mas mudou de rumo na ausência de alternativas, depois que seu Ministério da Saúde se negou na garantia de contratos com desenvolvedores de vacinas.

A pandemia já matou cerca de 230 mil pessoas no Brasil, e uma nova variante que surgiu na cidade de Manaus tem se mostrado devastadora em uma segunda onda que agora martela a cidade da selva.

Enquanto o centro biomédico da Fiocruz, financiado pelo governo federal, ainda aguarda o fornecimento para iniciar o engarrafamento das doses da vacina AstraZeneca, o Instituto Butantan começou a terminar e vender doses de CoronaVac para o Ministério da Saúde.

Doria disse que espera que o Butantan receba carregamentos de ingredientes ativos da China semanalmente ou de 10 dias, superando os problemas iniciais que ameaçavam desacelerar a produção.

Uma nova instalação butantan em construção está programada para produzir os ingredientes ativos da vacina a partir de janeiro de 2022, mais tarde do que uma meta anterior do segundo semestre deste ano. Butantan está negociando suprimentos para as 20 milhões extras de doses para manter sua linha de chegada ativa até que a nova fábrica comece.

Até agora, o Ministério da Saúde do Brasil assinou apenas um contrato com o Butantan para adquirir 46 milhões de doses de CoronaVac para distribuição nacional, mas Doria disse estar confiante de que assinará mais 54 milhões de doses em breve.

“Não vamos, diante de uma situação de vida ou morte, apenas esperar para ver o que acontece”, disse ele.

Doria já disse anteriormente que vacinas adicionais não compradas pelo Ministério da Saúde poderiam ser vendidas separadamente para estados brasileiros.

Ele disse que o governo federal ainda não havia pago as doses coronavac já entregues ao Ministério da Saúde, e o pagamento está previsto para o final do mês.

“Se não (pagar), não receberá mais doses da vacina do Butantan”, disse ele.

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