Gustavo, a régua do DAAE e a cronologia de uma negligência

Pela cronologia de retração do nível de água no Ribeirão Claro que abastece a ETA 1, fica ainda mais patente a percepção de que medidas que se mostravam urgentes foram postergadas em função da disputa eleitoral.

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Ao afirmar publicamente a dez dias das eleições que o município de Rio Claro passaria “praticamente ileso” pela crise hídrica graças a sua boa gestão no DAAE, o prefeito reeleito Gustavo Perissinotto (PSD) omitia os riscos à população e negligenciava a situação que já se apresentava dramática na central de captação de água bruta do Ribeirão Claro.

A declaração, dada em plena campanha eleitoral, foi feita na noite de 25 de setembro durante uma entrevista à TV Claret. Na mesma data, o nível de água no Ribeirão Claro já era crítico pelos parâmetros da régua de medição do DAAE.

De acordo com aferições divulgadas pela autarquia, no dia 18 de setembro o nível de água do Ribeirão Claro estava em 3cm. Nesta sexta-feira, 18 de outubro, o nível caiu para -45cm – clique AQUI.

Portanto, em 30 dias houve um decréscimo de 48cm, o que corresponde a uma média de 1,6cm por dia. Assim, é possível deduzir que em 25 de setembro, quando o prefeito disse que Rio Claro passaria ileso pela crise, o nível de água já poderia estar em -8,2cm.

Pela cronologia de retração do nível de água no Ribeirão Claro que abastece a ETA 1, responsável pelo atendimento de 40% da população rio-clarense, fica ainda mais patente a percepção de que medidas que se mostravam urgentes – imposição de multa pelo desperdício, rodízios alternados, campanha de esclarecimento etc – foram postergadas em função da disputa eleitoral – clique AQUI.

Além dos números agora divulgados e que reforçam essa tese, há tempos haviam relatos de moradores de diferentes áreas se queixando da falta de água ou da baixa pressão. Bem como alertas públicos, como o do vereador reeleito Rafael Andreeta que ao final de agosto foi até a central de captação e, em vídeo, relatou a situação preocupante sendo, contudo, solenemente ignorado.

O resultado dessa cronologia da negligência pelo Poder Público se materializou nesta sexta-feira com o início de um rigoroso racionamento de 12 horas seguidas sem água imposto a quase metade dos rio-clarenses e que não tem prazo determinado para acabar – clique AQUI.

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