Gustavo “good vibes” pode dar com os burros n’água em 2024

A “Capital da Alegria” naufragou e a “Metrópole do Futuro” ruiu antes mesmo de ser projetada, mas Rio Claro segue usando a peneira na vã tentativa de tapar o sol e deter a chuva.

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A realidade se impõe, a estética “good vibes” do governo municipal naufraga e o prefeito Gustavo pode dar com os burros n’água em 2024, quando sonha ser reeleito impulsionado por uma gestão que se move de forma pendular entre a “Capital da Alegria” e a “Metrópole do Futuro”, enquanto Rio Claro permanece estática sem sair do lugar.

Gustavo, que começou 2023 apostando todas as fichas em uma agenda positiva planejada para alavancar sua reeleição, agora deve estar com a aquela sensação de que o universo está conspirando contra as suas pretensões.

A retomada dos desfiles das escolas de samba após seis anos esteve longe de empolgar o rio-clarense. A previsão de que a folia injetaria R$ 10 milhões na economia se mostrou delirante e virou chacota. O legado do “Carnachuva” foi uma conta de R$ 3 milhões paga com o dinheiro do contribuinte e a criação, pela Câmara Municipal, de uma medalha para os foliões e, por consequência e extensão, de um diploma de otário para os pagadores de impostos.

Mesmo assim, a propaganda oficial que sustenta e é sustentada pela imprensa tradicional insistia em desenhar um céu de brigadeiro em meio a tempestades e apontar motivos para o rio-clarense cantar na chuva. Enquanto isso, na vida real Rio Claro assumia a ponta como a cidade com mais mortes por Covid na região em 2023 e mantinha a liderança também como a mais violenta, com 12 homicídios em dois meses e meio.

O balde de água fria na “good vibes” governamental veio com as chuvas de 10 de março, que provocaram alagamentos e deixaram um rastro de destruição em várias regiões da cidade. Depois do temporal, a verdade nua, crua e molhada veio à tona revelando Rio Claro como ela é: sofrível em termos de infraestrutura, despreparada, ineficiente e incapaz de solucionar antigos problemas.

Depois da terra arrasada e para evitar um anticlímax é hora de propagar “good news”, como o projeto de revitalização da Avenida Visconde do Rio Claro que, anunciado fora do “timing” apropriado dias após a via ter ficado submersa, mas pareceu uma zoação.

Agora, uma “operação de guerra” para recuperar os estragos dá sequência a estratégia, com o propósito de manter viva a promessa feita por Gustavo de realizar o maior programa de zeladoria da história da cidade. Programa que, além dos R$ 70 milhões do empréstimo aprovado pela Câmara Municipal, poderá contar com o aporte de mais R$ 150 milhões a partir da decretação da situação de emergência, que permite contratar obras e serviços sem licitação.

Enfim, a “Capital da Alegria” naufragou e a “Metrópole do Futuro” ruiu antes mesmo de ser projetada. Toda a dinheirama de agora será usada para Rio Claro voltar a ser como sempre foi e continuar usando a peneira das “good vibes” e “good news” na tentativa de tapar o sol ou deter a chuva.

Precavido, metódico e pragmático, Gustavo segue ressabiado sem saber se apenas o universo conspira contra suas pretensões ou se até 2024 surgirá no cenário político alguém capaz e disposto a conspirar contra sua reeleição.

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