Coluna do Quincas Borbas #20
Vivemos o ápice do que chamo da infantilização da população que, agora, utiliza como palco as famigeradas redes sociais. Nas palavras de Guattari (1996), “[…] pensam por nós, organizam por nós a produção e a vida social. Além disso, consideram que tudo o que tem a ver com coisas extraordinárias – por exemplo, o fato de falar e viver, o fato de ter que envelhecer, de ter que morrer – não deve perturbar nossa harmonia no local de trabalho e nos postos de controle social que ocupamos, a começar pelo controle social que exercemos sobre nós mesmos”.
Numa sociedade cada vez mais descartável e criadora de novos desejos por produtos físicos ou intelectuais, não dá para prever para onde iremos, mas é certo que a falta de autonomia da construção de nossa própria subjetividade. Não somos senhores de si e muitos nem sequer desconfiam…
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Logo essa reflexão, seja para gado ou petralha, envolve descobrir quem está propagando discursos implantados, talvez, para alimentar o modelo vigente, visando, de algum modo, criar novos desejos para a venda de fórmulas de auto-ajuda, religiões, ideologias ou produtos diversos.
Aliado a tudo isso, ainda temos, no caso do Brasil, a subjetividade coletiva, ou seja, a conjunção de cidadãos que, como zumbis, carregam bandeiras e discursos que nunca serão seus…
Antonio Archangelo é professor, pesquisador, gestor e escritor. Membro do Gesteld – Grupo de Estudos em Educação, Sexualidade, Tecnologias, Linguagens e Discursos (Unesp/CNPq) e do Grupo Temático de Monitoramento e Avaliação de Programas, Serviços, Sistemas e Políticas de Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).