Já pararam pra pensar que somos reprimidos sexualmente constantemente?
Como decidem restringir de forma tão agressiva algo saudável sem que gere graves danos?
A Moral Sexual Civilizada consiste em doutrinar seres humanos a regras e limites para que estes sejam dominados por uma ordem tão manipuladora não nos dando nem a possibilidade questionar-mos do porquê dessa cultura da privação sexual.
Apesar de hoje sermos mais livres sexualmente, a construção cultural se perdura e se perpetua, pois há uma dominação conservadora que gere a sociedade com falas como “sexo só depois do casamento”, “não mexe aí! vai cair!” “senta de perna fechada!” “não seja vagabunda!”, e assim por diante. E essa dominação é gigantesca, já que estarmos inseridos em uma cultura cristã, na política por exemplo, com uma bancada evangélica enfatizando esses conceitos sem parar. Além de tudo isso, nascemos em um mundo onde as regras nos são empostas, e elas advém de algum lugar.
Instinto sexuais são reprimidos para que haja uma civilização e de fato isso é necessário. Porém, o problema é o excesso de repressão sexual, coomo por exemplo, impor sexo somente após o casamento e se não bastasse, apenas para procriação.
Sublimamos através da arte parte do nosso instinto sexual reprimido (cinema, quadros, música, estudo, trabalho), porém, não é possível depositar todo o instinto sexual em tarefas secundárias. Precisamos do sexo em sua prática, mas esta também é reprimida, uma vez que a masturbação sempre foi vista como erro, sujeira e tabu, e consequentemente qualquer ato sexual que não seja a penetração, são vistos como perversão.
As medidas de extrema repressão sexual geram danos permanentes no instinto sexual, desembocando em neuroses ou mesmo em problemas na personalidade, não produzindo pessoas confiantes nem pensadores originais. O comportamento sexual de um ser humano define o protótipo de sua vida, ou seja, a depender de como foi desenvolvida sua vida sexual, refletirá em como desenvolverá suas outras ações, tornando-se uma pessoa autoconfiante e assertiva ou uma pessoa conformada.
(FREUD, Moral sexual civilizada e doença nervosa moderna, 1908)
Lara Vasconcelos
Graduanda em Psicologia
Estudante da temática Sexualidade
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