Na noite da última sexta-feira, dia 02, a equipe da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal de Rio Claro foi solicitada a comparecer no plantão de polícia onde foi informada sobre uma mulher jovem com depressão que estava desaparecida.
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Utilizando o recurso da localização por georreferenciamento de seu aparelho de telefone celular, foi possível localizá-la no bairro da Saúde. A mulher, de apenas 23 anos, foi levada até a UPA da Avenida 29 onde passou por cuidados médicos e posteriormente foi entregue à família sob os cuidados da mãe.
A depressão
A depressão é uma doença multifatorial. Junto a suas comorbidades, é considerada “o mal do século XXI”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) localiza-a como uma das principais causas de “anos vividos com incapacidade” e “perda de anos em termos de morte prematura e perda de anos de vida produtiva”.
Atualmente, a detecção e codificação da depressão são padronizadas. Os organizadores são o CID-11 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), publicado pela OMS, e o DSM-5, manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria.
Sintomas
A depressão causa alterações em diversas esferas. Apresentar algumas delas não significa estar doente, assim como não é necessário possuir todas para receber o diagnóstico. Segue a lista desses sintomas:
- Sintomas afetivos e de humor: tristeza predominante, choro frequente, apatia (indiferença afetiva), sentimento de vazio, irritabilidade aumentada.
- Alterações da volição e psicomotricidade: Desânimo, anedonia (neutralização da experiência de prazer), lentificação psicomotora, estupor/catatonia, negativismo (recusa à alimentação, à interação pessoal, etc) e alterações na fala como sua diminuição, lentidão, redução de volume e aumento na latência entre perguntas e respostas.
- Alterações ideativas: ideação negativa, pessimismo, arrependimento, tédio, culpa, ruminações de mágoas, realismo depressivo (inferências sobre a vida realistas e pessimistas), ideias de morte, desejo de desaparecer ou ideação suicida.
- Alterações da esfera instintiva e neurovegetativa: fadiga, cansaço fácil, insônia / hipersonia, diminuição/aumento do apetite, constipação, palidez, pele fria, diminuição de desejo e resposta sexual.
- Alteração da autovaloração: autodepreciação autoestima diminuída, sentimento de insuficiência/vergonha.
- Alterações cognitivas, déficit de atenção/concentração e de memória secundária, dificuldade de tomar decisões, pseudodemência depressiva.
Subtipos de síndromes e transtornos depressivos
A ordenação da depressão em vários subtipos é um desafio psicopatológico permanente (Kupfer et al., 2012; Singh; Gotlib, 2014). De acordo com o CID-11 e o DSM-5, a doença é apresentada nas seguintes formas:
- Episódio de depressão e transtorno depressivo maior recorrente;
- Transtorno depressivo persistente e transtorno distímico;
- Depressão atípica;
- Depressão tipo melancólica ou endógena;
- Depressão psicótica;
- Estupor depressivo ou depressão catatônica;
- Depressão ansiosa ou com sintomas ansiosos proeminentes e transtorno misto de depressão e ansiedade;
- Depressão unipolar ou depressão bipolar.
Tratamento
A depressão pode ser tratada com psicoterapia, possivelmente associada a acompanhamento psiquiátrico, medicação e terapias complementares.
Além da rede particular, é possível buscar auxílio gratuitamente nos CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e nas Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
Ademais, é possível discar 188 – CVV (Centro de Valorização da Vida) para conversar e obter emocional, sob sigilo, 24 horas por dia.