Polícia Civil resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão em Rio Claro

Pastor de 56 anos foi preso em flagrante. Segundo o boletim de ocorrência, vítimas trabalhavam sem remuneração e ficavam em dormitório classificado como 'inabitável'.

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De acordo com notícia veiculada pelo G1, a Polícia Civil de Rio Claro (SP) resgatou sete pessoas, sendo duas com deficiência mental, em situação análoga a de escravidão, no distrito de Itapé, nesta quinta-feira (15). Eles trabalhavam sem receber salário e dormiam em quarto precário, segundo o boletim de ocorrência.

Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro
Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro

O pastor Manoel José de Lima, de 56 anos, foi preso em flagrante e vai passar por audiência de custódia na sexta-feira (16).

A defesa informou que ele nega as acusações e a princípio prefere se manifestar em juízo.

Denúncia

Os policiais foram até a casa após o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) informá-los que havia uma antiga clínica de reabilitação, no bairro Alta Cajamara, que mantinha diversas pessoas em situação degradante.

No local, conhecido como ‘Casa da Paz’, os policiais foram recebidos pelo pastor, que alegou que o centro de reabilitação não funcionava mais, porém alguns dos antigos internos ainda moravam ali pois teriam sido abandonados por seus familiares.

Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro
Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro

Ele ainda disse que trabalhava com reciclagem e as demais pessoas apenas auxiliavam nos afazeres do sítio.

As afirmações dele, contudo, foram desmentidas pelas vítimas. Segundo a polícia, uma vistoria constatou que o dormitório dos residentes foi classificado como inabitável, já que o cômodo não possuí ventilação, as camas ficam amontoadas e algumas sem colchões, além de ter apenas um banheiro malcuidado.

Sem remuneração

Ainda de acordo com informações do boletim de ocorrência, os residentes estavam com medo de contar o que acontecia e sempre olhavam para os lados, apontando com o olhar para o suspeito.

Diante disso, cinco deles foram levados até o Plantão Policial onde foram separados do suspeito e eles contaram que trabalhavam o dia todo e não recebiam nenhuma remuneração. Apenas tinham comida de qualidade ruim e um local para dormir.

Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro
Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro

Uma das vítimas, a mais idosa e debilitada, disse à polícia que muitas vezes dormiu sentada em uma cadeira.

Os residentes também disseram que eram impedidos de sair do sítio e de manter comunicação com os familiares. Além disso, tinham que entregar os documentos ao pastor, que se dizia responsável pelo local.

Prisão

Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro
Polícia Civil de Rio Claro resgata 7 pessoas em situação análoga à escravidão — Foto: Polícia Civil de Rio Claro

Diante dos fatos, o homem foi preso em flagrante por manter as vítimas em condição análoga a de escravos e encaminhado à cadeia local.

“Com a prisão em flagrante nós temos um prazo de 30 dias para conclusão do inquérito, mas ele vai ser concluído bem rapidamente porque nós dependemos apenas de um laudo pericial do local, para verificar as condições, e também de laudo das condições de cada uma das vítimas, para verificar se algum deles tem alguma lesão”, disse o delegado seccional de Rio Claro, Paulo César Junqueira Hadich.

Representantes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) foram chamados para dar auxílio às vítimas.

A perícia foi acionada e compareceu ao sítio para constatar a situação em que as vítimas eram mantidas. As setes pessoas devem passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

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