Câmara marca extraordinárias para votar venda do Aeroclube

Valor da área é estimado em mais de R$ 400 milhões e projeto de venda é encaminhado em meio a percepção de um rombo fiscal em torno de R$ 100 milhões, devido a queda brutal de arrecadação.

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Em sessões extraordinárias dias 2, 3 e 4 a Câmara Vereadores de Rio Claro será colocada à prova ao votar o projeto para a venda da área do Aeroclube, encaminhado pelo prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) e que possibilitará ao governo municipal arrecadar um valor estimado em mais de R$ 400 milhões.

Gustavo defende a aprovação rápida do projeto que, segundo ele, permitirá a realização de obras e investimentos em equipamentos públicos para a modernização e desenvolvimento da cidade. Contudo, a proposta enfrenta resistência e é alvo de questionamentos por setores, que levantam a necessidade de um debate mais amplo com a sociedade, principalmente, sobre a destinação da área.

A pressa é tanta que o presidente da Câmara José Pereira dos Santos, o Pereirinha, já convocou sessões extraordinárias para o recebimento e votação do projeto na quarta-feira (02), quinta-feira (03) e sexta-feira (04), com início às 16 horas – clique AQUI.

A um ano e meio do término da atual gestão e às portas do período pré-eleitoral, do lado do Executivo projeto está sendo encaminhado em meio a percepção de uma queda brutal na arrecadação prevista, o que pode resultar em um rombo fiscal estimado em torno de R$ 100 milhões.

Pelo lado do Legislativo, a proposta de venda dessa valiosa área do município será feita por uma Câmara Municipal com credibilidade esgarçada e sob a mira do Ministério Público por denúncias de malversação, esquemas de rachadinha, casos de nepotismo e aumento abusivo dos próprios salários.

Como argumento para a aprovação do projeto pelos vereadores, o prefeito Gustavo acena com o compromisso para a realização de obras, como a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) 1, nova ETA 3 e sistema de macrodrenagem.

Tais obras de saneamento, porém, podem ser viabilizadas através de outras alternativas sem depender do dinheiro a ser arrecadado com a venda da área do Aeroclube. Seja pela concessão dos serviços de água, à exemplo do que foi feito com o esgoto há 17 anos. Ou, através de parceria com a Sanasa, que já conta com um memorando de entendimentos assinado por Gustavo em agosto do ano passado – clique AQUI.

Outra obra atrelada à aprovação do projeto é a construção de um controverso Aeroporto Regional e um porto seco, a um custo inicialmente orçado em R$ 80 milhões. A discussão sobre aeroporto regional se arrasta há décadas e sempre volta à tona em anos eleitorais, sem avançar de forma prática.

Sob o aspecto político, há quem anteveja que o projeto poderá ser um divisor de águas no relacionamento entre a Câmara e o prefeito Gustavo, que até agora mantém controle absoluto da Casa e conta com o alinhamento automático e quase unânime dos vereadores. Outros, contudo, acreditam que a aprovação já está garantida e devidamente precificada pelo compromisso na execução de obras reivindicadas e cobradas pelos próprios vereadores.

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