Câmara vota reajuste no carnaval e dá fantasia de palhaço aos servidores

Há dois anos com os salários congelados, o funcionalismo municipal de Rio Claro se torna vítima do inchaço da máquina pública patrocinado pelo prefeito Gustavo e pela Câmara, com impacto financeiro de R$ 26,3 milhões por ano.

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Ao votar reajuste salarial de 8% no sábado e domingo de carnaval, a Câmara Municipal dá fantasia de palhaço aos servidores e concretiza a trama urdida com o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD), que possibilitou a criação de centenas de novos cargos de livre nomeação para contemplar aliados e cabos eleitorais de vereadores, além de cooptar o apoio de partidos que até então não faziam parte de sua base de sustentação política.

O projeto de Perissinotto, que concede reajuste escalonado de 8% aos servidores, foi encaminhado à Câmara na tarde de quinta-feira (24), horas depois da proposta ter sido veementemente rejeitada em assembleia tipo “me engana que eu gosto”, agendada de última hora pelo Sindmuni – Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Rio Claro e que foi marcada por ameaça de agressão.

Pelo projeto, que será votado em sessões extraordinárias com início às 11 horas da manhã do sábado (26) e do domingo (27) de carnaval, está previsto um aumento de 6% em fevereiro e mais 2% a partir de setembro, além de R$ 30 de ticket refeição e cartão alimentação de R$ 600.

Turma da Boquinha

Há dois anos com os salários congelados em virtude da pandemia e reajuste abaixo da inflação de 2021, o funcionalismo municipal se torna agora vítima do inchaço da máquina pública patrocinado por Gustavo e pela Câmara, que resultou em um impacto financeiro de R$ 26,3 milhões por ano com a criação de cinco novas secretarias e 670 cargos de livre nomeação.

Em agosto de 2021, o conchavo entre o prefeito e a Câmara já dava sinais claros de que os servidores de carreira voltariam a ser relegados à segundo plano. E isso, aconteceu com a aprovação na calada da noite de um projeto que garantiu a volta da ‘Turma da Boquinha’, com a redução do percentual mínimo dos cargos em comissão a serem preenchidos por servidores de carreira, tanto na prefeitura como na Câmara.

Já em dezembro, além de aprovar a criação dos novos cargos na prefeitura – dos quais teria direito a ratear 130 cargos entre vereadores -, a Câmara que vinha sendo pressionada a extinguir cargos em excesso nos gabinetes, aplicou um passa-moleque no Ministério Público ao atender a recomendação mas, ao mesmo tempo, criar 11 novos cargos de Assessor de Apoio Legislativo, totalizando 53 cargos em comissão com salários em torno de R$ 9 mil.

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