Gustavo é o maior derrotado com as eleições em Rio Claro

Prefeito prometeu 12 mil votos a mais para Aldo Demarchi e entregou menos de 2 mil. Apoiou Rodrigo Garcia que está fora do 2º turno para governador e o ex-prefeito de Botucatu que, condenado por contratação de shows artísticos, disputou a eleição sub judice, emporcalhou Rio Claro com santinhos e não foi eleito.

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O resultado das eleições em Rio Claro mostra que o prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) foi o maior derrotado, o que deverá fragilizar ainda mais o seu governo e comprometer em definitivo uma sonhada reeleição, que o levou a carrear dinheiro do contribuinte na criação de centenas de cargos na prefeitura para cooptar vereadores, novos aliados e uma tropa de choque para internet.

Informações de bastidores davam conta de que Gustavo prometera empenho pessoal e da máquina administrativa de forma a agregar algo em torno de 12 mil votos à votação obtida pelo deputado Aldo Demarchi (União) na eleição de 2018 em Rio Claro e que foi de 14.904 votos. Contudo, o apoio do prefeito agregou apenas 1.813 votos a mais, levando o deputado a obter na cidade 16.717 votos, do total de 33.014 conquistados em todo o estado, muito aquém do necessário para garantir o seu oitavo mandato na Assembleia Legislativa.

Vale lembrar que ao contrário de 2018, quando o próprio Gustavo Perissinotto foi candidato a deputado estadual e abocanhou 8.380 votos, nas eleições deste ano não houve nenhuma candidato alienígena que tenha obtido grande votação em Rio Claro, a exemplo de Janaína Paschoal que na eleição anterior conquistou o voto de 12.155 rio-clarenses.

E agora ?

Já para a eleição de governador em 1º turno, Gustavo renegou publicamente seu DNA petista para apoiar e distribuir santinhos pedindo voto ao tucano Rodrigo Garcia (PSDB). Resultado: Rodrigo obteve tão somente 15.548 votos – a pior votação de um candidato a governador tucano na cidade – e está fora do 2º turno, que será disputado entre o bolsonarista Tarcísio (que em Rio Claro somou 58.351 votos) e o petista Haddad (26.119 votos).

Certamente a derrota acachapante de Rodrigo Garcia trará consequências negativas para o governo municipal, com a interrupção de repasses de recursos prometidos, além de colocar Gustavo em uma sinuca de bico: Seguirá o seu coração e sua afinidade ideológica para apoiar Haddad, ou mais uma vez renegará seu DNA petista para declarar apoio a Tarcísio e, se o fizer, como se comportará em relação aos numerosos lulistas camuflados em outras siglas e que estão agarrados aos cargos da administração municipal?

Candidato sub-judice

Durante pré-campanha, Gustavo Perissinotto (à esq.) entrevista seu amigo e ex-prefeito de Botucatu, João Cury Neto (à dir.), candidato sub judice a deputado federal pelo MDB.

Outro fiasco de Gustavo se deu em relação ao apoio dado a seu amigo e ex-prefeito de Botucatu, João Cury Neto, candidato a deputado federal pelo MDB e que, após ter sua candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), seguiu disputando a eleição sub judice.

Como consequência do apoio ao amigo de Botucatu, ruas e avenidas próximas aos locais de votação em Rio Claro foram emporcalhadas com um volume gigantesco de santinhos jogados ao chão que, além da sujeira, resultaram em 905 votos subtraídos do eleitorado rio-clarense. No total, João Cury obteve 80.085 votos e não foi eleito.

Em nome da amizade, Gustavo entrevistou o amigo em seu podcast Rio Claro tá on, que a partir de agora também será exibido pela TV Claret.

Shows e kits educativos

De acordo como Ministério Público, Cury está inelegível devido a condenação por irregularidades na contratação, em 2015, de shows artísticos para as celebrações dos 160 anos de Botucatu. A condenação ocorreu em 2020.

Também há condenações na Justiça comum, sobre improbidade administrativa relativa à compra irregular de kits educativos de Ciências. A condenação pediu ainda a suspensão dos direitos políticos por oito anos.

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