Sexta-feira 13 é um perigo para os gatos pretos

Felinos pretos são vítimas de crendices e superstições que remontam à Idade Média.

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A sexta-feira 13 é um perigo para os gatos pretos. Provavelmente você já ouviu falar que gatos pretos dão azar. Com certeza já trocou de calçada ou mudou seu trajeto ao se deparar com um felino preto na rua. Por mais racionais que sejamos, às vezes não conseguimos evitar que superstições e mitos entranhados em nós desde a infância assumam o controle da nossa imaginação e nos façam temer e desprezar esses bichanos. Mas por que isso acontece? Por que os gatos pretos deixaram de ser venerados para se tornar símbolos de azar e mau agouro?

No Egito antigo, os gatos pretos eram animais venerados e vistos como sinal de boa sorte. Se examinarmos os hieróglifos, será fácil localizar estatuetas e estátuas de gatos como criaturas divinas, especialmente os gatos pretos. Matá-los era considerado um crime.

Sexta-feira 13 é um perigo para os gatos pretos
Os hieróglifos mostram estatuetas e estátuas de gatos como criaturas divinas, especialmente os gatos pretos. (Foto: Reprodução/Internet)

Porém, a sorte começou a virar para os felinos na Idade Média. Quando as mulheres foram acusadas de praticar “bruxaria” na Europa na Idade Média, os gatos pretos foram arrastados para a histeria com elas. A Igreja Católica reforçou esse mito por meio do papa Gregório IX que em 13 de junho de 1233, emitiu a primeira bula de seu papado, a Vox in Rama, que afirmava que os gatos, especialmente os gatos pretos, estavam diretamente associados ao diabo e, portanto, deveriam ser mortos. Dessa forma, por cerca de 300 anos, milhões de gatos, a maioria negros, e suas donas acusadas de bruxaria foram queimados na fogueira pela Igreja Católica.

Para além da religião, também nessa época, os normandos e os germânicos acreditavam que, como o corvo preto, o gato preto era um sinal de que uma morte ocorreria em breve. Apenas em 1630 que a violência contra os gatos foi proibida, por decreto do rei Luís XIII.

Crenças perpetuadas

Tobias ganhou um lar e sua cor não atrapalhou a adoção.

Infelizmente, essas crenças que não têm base na realidade são facilmente disseminadas e transmitidas de geração a geração. Com isso, os gatos pretos ainda são temidos e discriminados, são alvos de ações cruéis, abandonados nas ruas e preteridos nas adoções.

Essas histórias que associam os gatos pretos a casos de azar e má sorte ganham força em épocas como o Halloween e as sextas-feiras 13. Nessas datas, os gatos pretos são perseguidos, torturados e mortos devido às superstições atribuídas ao animal. Por isso, a sexta-feira 13 é um perigo para os gatos pretos.

Juliana e Joice com seus “filhos”: Tobias, Miguel, Júlio, Maisena, Ivy e Nicole.

Felizmente, esse não foi o caso do bichano Tobias. Sua cor negra não impediu que ele ganhasse um lar na casa de Joice e Juliana de Lima. Ele surgiu por acaso e foi acolhido pelas suas tutoras. Foi amor à primeira vista e a cor não fez diferença.

“Não tive nenhum receio em adotar o Tobias. Ele me encantou desde a primeira vez em que o vi. Ele é amoroso, esperto e grato pela adoção”, conta Joice. “A cor nunca interferiu, pois não tenho receios quanto a isso”, acrescenta Joice que também é tutora da gatinha Maisena e dos felinos Júlio e Miguel, além das cachorras Ivy e Nicole.

Juliana com seu gatinho Tobias.

Dia do Gato

Superstições à parte, apesar da lenda que gatos pretos dão azar, em muitas culturas eles são sinal de boa sorte. Essa crença é cultuada em países como Japão, Alemanha e Irlanda. Para quebrar os falsos mitos que cercam os felinos pretos, eles ganharam seu próprio dia no calendário de datas comemorativas.

Marque na agenda e celebre o Dia Internacional do Gato Preto no dia 27 de outubro e ajude a combater o preconceito contra esses bichanos. No Brasil, há ainda o 17 de agosto: Dia do Gato Preto. Ou seja, a data pode ser comemorada duas vezes, um reforço extra na luta contra os mitos e crendices que cercam os gatos pretos.

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